Sábado, 23 de Novembro de 2024
Polícia
05/05/2013 10:06:19
De cada R$ 100 roubados de bancos no Brasil, R$ 95 já são pelo computador
Em 2012, as fraudes eletrônicas provocaram prejuízos de R$ 1,4 bilhão; explosões de caixas e ações em agências bancárias causaram perdas de R$ 75 milhões

Estadão/PCS

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\n \n Tira de cabelos brancos, o chefe dos investigadores Eraldo de Andrade, da\n 4.ª Delegacia de Delitos Praticados por Meios Eletrônicos, de São Paulo,\n trabalhou 28 dos seus anos 59 anos atrás de ladrões nas ruas. Prendeu homicidas\n e integrantes do Primeiro Comando da Capital. Andrade olha para cima da mesa e\n aponta para um computador. "Nunca vi um ladrão tão bom como esse\n aqui."\n \n Assim como já ocorre em outros setores da economia formal, até no universo\n do crime a internet e a tecnologia inovaram, tornando-se as armas mais eficazes\n e lucrativas dos ladrões.\n \n De cada R$ 100 roubados ou furtados de bancos no Brasil, pelo menos R$ 95\n são fraudes eletrônicas, feitas por internet banking ou cartões, segundo a\n Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No ano passado, essas fraudes\n provocaram prejuízos de R$ 1,4 bilhão nos bancos.\n \n Já os assaltos feitos por quadrilhas nas sedes dos bancos, com explosões de\n caixas eletrônicos, apesar de serem espetaculares, causaram prejuízos estimados\n em R$ 75 milhões. \n \n "Nos últimos cinco anos, o volume das transações eletrônicas aumentou\n muito e os fraudadores aproveitaram. Os bancos estão investindo em tecnologia\n para reduzir os riscos. No último ano, houve redução de 6,7% nas fraudes\n eletrônicas, apesar de as tentativas terem aumentado 75%", diz Wilson\n Gutierrez, diretor técnico da Febraban. \n \n Os ladrões nerd ou os crackers, como são chamados os hackers que fazem o\n mal, são bem diferentes dos ladrões de banco tradicionais. São de classe média,\n estudaram e conhecem computação. Agem em diferentes Estados brasileiros, em\n quadrilhas compartimentadas, que dividem as tarefas para dificultar a ação da\n polícia. \n \n Eles possuem diversas artimanhas para enganar os clientes dos bancos,\n instalando vírus ladrões nos computadores de terceiros ou direcionando as\n vítimas para páginas falsas na internet. Assim, os fraudadores obtêm os dados\n bancários da vítima e desviam dinheiro para suas contas. Nessa modalidade de\n crime, os bancos arcam com prejuízos do cliente fraudado.\n \n Cartões\n \n Também há muitas fraudes eletrônicas em cartões de crédito e débito. Foi o\n que ocorreu com o consultor Marcelo Guzzard. Ao abrir a página de seu banco,\n ele viu que tinha despesas em cartões de crédito que chegavam a R$ 10 mil.\n "Mostrei que não eram minhas. Cheguei a ter o nome negativado, mas a\n situação se resolveu", conta.\n \n A dificuldade de identificar o endereço dos computadores bandidos é um\n trunfo dos ladrões. Convênio feito pela Polícia Federal com a Febraban, que\n começou a repassar os dados das fraudes para facilitar a investigação, ajudou a\n diminuir a impunidade. Assim como a Lei Carolina Dieckmann, que endureceu com\n os criminosos virtuais depois que as fotos da atriz foram vazadas na internet.\n \n \n
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