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ImprimirDois meses após a soltura de Rubia Joice de Oliver Luivisetto, de 21 anos, a ex-namorada ré por envolvimento na morte do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) mandou prendê-la novamente. A decisão, por 2 a 1, é da 2ª Câmara Criminal. O acórdão ainda não está disponível, mas mandado de prisão já foi expedido e enviado à Polinter (Delegacia Especializada de Polícia Interestadual e Capturas).
Depois de ser solta, no dia 5 de abril, Rubia se mudou de Mato Grosso do Sul. Estava vivendo em Umuarama, no Paraná. Segundo o advogado Alberi Rafael Dehn Ramos, a cliente vai se apresentar assim que possível. “Vai cumprir a ordem judicial”.
A defesa de Rubia acompanhou a votação nesta terça-feira (11) e afirma ter recebido com surpresa a decisão de revogação da liberdade provisória. “É desnecessária a prisão. A Rubia colaborou com o processo, se apresentou espontaneamente [quando foi presa pela primeira vez] e foi encerrada a fase de investigação”.
Dehn Ramos diz não saber exatamente os motivos que levaram dois desembargadores entenderem necessário restabelecer a prisão preventiva da cliente, mas que um das alegações do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para pedir a “cassação” do habeas corpus foram a manutenção da ordem pública, já que o crime teve bastante repercussão e a prisão é considerada resposta à sociedade, e o risco fuga, porque a ré vivia em região de fronteira.
Rubia, contudo, não mora mais Sete Quedas e este será um dos argumentos da defesa para pedir a liberdade da cliente, agora no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
A acusação –Até fevereiro, a ação penal tramitava em sigilo. Mas, de acordo com o que foi divulgado pela investigação, no ano passado, Hugo saiu da festa em um posto de combustíveis em Pindoty Porã, cidade paraguaia que faz fronteira com Sete Quedas, na madrugada do dia 25 de junho de 2023, e foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e então “sumiu”. A família procurou a polícia e registrou um boletim de desaparecimento.
Uma denúncia anônima levou as buscas pelo jogador ao Rio Iguatemi. O Corpo de Bombeiros trabalhou intensamente, sem sucesso nos três primeiros dias, mas depois, chegou a Cleiton Torres Vobeto, 22 anos, o“Maninho” – amigo de Rubia, que confessou ter ajudado na ocultação do cadáver. Ele apontou onde o corpo do jogador foi desovado, um ponto do rio que passa por dentro da propriedade rural da família de Danilo Alves Vieira da Silva, acusado de atirar para matar Hugo.
No dia 2 de julho, bombeiros passaram a localizar partes do corpo da vítima. Foi então que a brutalidade do crime: os envolvidos haviam cortado a vítima em pequenos pedaços.
Após se entregar à polícia, Rubia alegou que Danilo havia atirado em Hugo e depois, fez ameaças de morte para que ela e “Maninho”. A moça também afirmou que o “ficante” e o amigo foram os responsáveis por colocar o corpo de Hugo na carroceria do veículo dela e se livrarem do cadáver. Disse que não sabia o que havia sido feito do corpo, muito menos do esquartejamento.
A jovem foi interrogada em juízo no dia 29 de março deste ano. Na ocasião, confessou que presenciou o assassinato, mas não pediu socorro ou denunciou os culpados. A jovem chegou a afirmar que se arrependeu da forma como agiu e que se tivesse procurado a polícia, ninguém estaria preso. O pedido de revogação da preventiva foi feito no mesmo dia e o alvará de soltura expedido em 5 de abril.