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ImprimirDenunciada por manter creche clandestina em Naviraí e torturar crianças, Caroline Florenciano dos Reis Rech, de 30 anos, também já foi acusado de agredir a avó, em 2019. À época, a senhora de 71 anos revelou à Polícia Civil que apanhava, era ameaçada e sofria violência psicológica por parte da neta. Contou ainda que ficava sem comida e cuidados higiênicos.
Cadeirante por ter uma das pernas amputadas, a idosa gritava por socorro na tarde de uma quinta-feira, em julho de 2019, quando a PM (Polícia Militar) foi acionada. A equipe chegou na residência e ouviu a senhora chorando compulsivamente e gritando: “Socorro, alguém me ajude! Eu já não aguento mais tanto sofrimento!”.
Policiais então bateram no portão e Caroline permitiu que entrassem. Ela afirmou que avó tinha “problemas de cabeça” e por isso, ficava o tempo todo chorando e pedindo socorro.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, a idosa continuou chorando compulsivamente e implorava para que os policiais não a deixassem sozinha com a neta. A senhora relatou as agressões que vinha sofrendo. Narrou que já havia levado chutes nas costelas e ameaças com usma bengala e um martelo.
Os PMs notaram que a vítima apresentava mau cheiro, devido a falta de banho e troca de roupas, já que também usava fralda geriátrica.
Nesse momento, Caroline ficou exaltada, também diz o registro, e passou a pegar as roupas da avó e colocá-las num lençol, gritando: “Esta velha desgraçada não vai ficar mais aqui. Ela vai para o olho da rua. Se aqui está fedida, não fica mais aqui essa imundice”.
Os policiais mandaram Caroline se conter, mas ela pegou a trouxa de roupas da avó e jogou pelo portão. Diante da situação, acabou presa.
A polícia documentou o local onde a idosa ficava, bagunçado e mau cheiroso, por meio de fotos.
Na ocasião, a jovem foi fichada, assinou termo circunstanciado de ocorrência se comprometendo a comparecer sempre que chamada e foi liberada. O caso foi encaminhado ao Judiciário e por erro, conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), arquivado.
Em outubro de 2019, a promotora Juliana Martins Zaupa pediu o desarquivamento e que os autos voltassem às mãos da Polícia Civil para a conclusão da investigação. O juiz Daniel Scaramella Moreira, determinou que a polícia retomasse e concluísse o inquérito em outubro do ano passado. Desde então, não houve mais movimentações.
Caroline já respondeu a processos por injúria, denunciação caluniosa, calúnia, difamação, ameaça, comunicação falsa de crime, furto, violência doméstica, vias de fato e contravenções penais, conforme consta na certidão de antecedentes criminais expedida no dia 11 e anexada o auto de prisão em flagrante.
Novas denúncias –Caroline viu seu nome envolvido em novas denúncias de tortura nesta semana. Após denúncias maus-tratos contra crianças que ficavam sob a responsabilidade dela no “Cantinho da Tia Carol”, a Polícia Civil conseguiu autorização judicial para instalar câmeras escondidas na creche.
Delegados e investigadores de Naviraí viram e ouviram, ao vivo, a bebê de 11 meses sofrendo agressões físicas e psicológicas na manhã de segunda-feira, dia 10, quando começaram monitoramento à distância usando equipamentos de filmagem. Além disso, assistiram à menina ser dopada. Diante da violência e risco que crianças corriam nas mãos de Caroline, a equipe da Polícia Civil decidiu invadir a creche e prendeu as duas adultas que estavam no local, a dona do estabelecimento e uma funcionária.
A dona da creche foi interrogada na companhia do advogado Mauro José Gutierre. Admitiu que não tem graduação na área de educação ou pedagogia e ainda que o local, onde “matriculou” 36 crianças desde janeiro deste ano, não tinha alvará para funcionar como estabelecimento educacional. À delegada Sayara Baetz, ela afirmou que para ser babá não precisa de formação.
crianças em casa, há quatro anos e, em janeiro, decidiu montar o “Cantinho da Tia Carol” em prédio alugado, no Bairro Sol Nascente, em Naviraí. Garantiu ainda que nesses quatro anos nunca teve problemas, mas que tudo mudou na sexta-feira passada, dia 7, quando um dos garotinhos que cuida, de 2 anos, quebrou a televisão da creche.
“Eu estava nervosa porque precisei comprar outra televisão”. Caroline disse também que a menininha que apanhou dela diante das câmeras “dá muito trabalho” e “não para quieta”.
O advogado da dona da “escolinha”, Mauro José Gutierre, enviou texto assinado pela cliente à reportagem que diz: “Os fatos não deram da forma como estão sendo divulgados e propagados nas redes sociais”.