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Polícia
01/10/2014 15:33:00
Em clima de comoção, menino espancado pelo padrasto é enterrado em Rio Verde
O clima entre as pessoas que participaram do enterro era de revolta, em alguns a vontade era de fazer justiça com as próprias mãos.

Sheila Forato, especial de Rio Verde

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Foto: PC de Souza

Sob forte clima de comoção, o menino J.V.S.L., de 2 anos e 5 meses, foi enterrado por volta das 14h30 desta quarta-feira (1º), no Cemitério Municipal de Rio Verde.

Dezenas de pessoas acompanhavam a despedida, esperando pela mãe Miriam Souza Santos, de 20 anos, que chegou depois de uns 40 minutos acompanhada do Conselho Tutelar.

O clima entre as pessoas que participaram do enterro era de revolta, em alguns a vontade era de fazer justiça com as próprias mãos. Apesar da preocupação, as pessoas que participaram do enterro respeitaram a família, apesar de questionar o comportamento de Miriam.

A mãe chegou, se aproximou do caixão, que foi rapidamente aberto, e se abaixou. Em seguida o caixão foi fechado e ela seguiu para o carro do Conselho Tutelar, deixando o cemitério. A avó materna do menino, Elenir Souza Santos, de 38 anos, foi quem acompanhou o enterro.

A criança morreu nesta terça-feira (30), depois de ter sido surrada pelo padrasto, Juliano Plácido Ferreira, de 21 anos, no Jardim Vaticano, em Rio Verde. Ele foi preso no mesmo dia, no Hospital Municipal, enquanto o enteado era socorrido.

Segundo Elenir, a filha deixou Rondonópolis (MT), há 12 dias, para vir morar com Ferreira, quem ela disse que conhecia apenas de vista. Agora, a mãe pretende resolver toda a situação e levar a filha e as duas netas, uma de 2 meses e outra de 5 anos, de volta para o Mato Grosso.

Foto: PC de Souza

A surra

O padrasto teria surrado o menino até que ele perdesse a consciência no final da manhã, quando Miriam foi levar a filha do casal, de 2 meses, para vacinar numa unidade de saúde.

Ao chegar a casa, a mãe teria perguntado do filho e o marido informou que a criança almoçou e dormiu. Miriam avistou o menino dormindo no berço e foi lavar roupa. Como o padrasto cobriu a criança não foi possível notar os hematomas.

A mãe contou à polícia que estranhou o longo sono do filho e por volta das 17 horas tentou acordá-lo, mas ele não reagia. Ela pediu ajuda das vizinhas Roseli Florêncio de Freitas e Rosemeire Florêncio de Freitas, que auxiliaram no socorro, mas o menino não resistiu.

Foto: PC de Souza

O corpo foi trazido para o IML (Instituto Médico Legal) de Coxim, onde a necropsia constatou que a causa morte foi traumatismo craniano encefálico, de acordo com o delegado Eder Oliveira Moraes, que está cuidando do caso.

No cemitério as irmãs Roseli e Rosemeire estavam inconformadas. Elas relataram que Miriam entrou em desespero ao saber da morte do filho, saiu correndo do hospital sem rumo, deixando a filha caçula nos braços de uma delas.

A prisão

A equipe que atendeu o menino desconfiou da situação, pois o corpo estava cheio de hematomas, e acionou o Conselho Tutelar, assim como as polícias Civil e Militar. No hospital o padrasto disse aos policiais que a criança tinha caído no banheiro, mas mudou a versão na delegacia.

Para o delegado Ferreira insiste em dizer que o menino tinha caído da cama. Nenhuma das versões convenceu a polícia, principalmente porque a mãe acabou confessando que o padrasto agredia seus filhos. Conforme Miriam, ela sofria ameaças para não denunciar as agressões do marido.

Os exames iniciais de que a criança tinha uma fratura antiga num dos braços, assim como outras marcas pelo corpo, o que comprova a crueldade do padrasto. Além de ter surrado o menino até a morte, há suspeita de que Ferreira tenha praticado estupro de vulnerável contra a enteada, de apenas 5 anos, assim como tenha praticado outras agressões em Rondonópolis.

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