\n \n Dado alarmante do Sindicato dos Servidores da Administração\n Penitenciária (Sinsap/MS) mostra que, por mês, cerca de 30 albergados fogem do\n Regime Semiaberto de Dourados. Levando em conta este dado, mas de 200 já teriam\n fugido do local este ano. \n \n A taxa de evasão está relacionada à escassez de agentes e\n superlotação. De acordo com o delegado do Sinsap em Dourados, Agripino Bogarim\n Benites, são 360 albergados para plantões de dois e três agentes. A capacidade\n da unidade é de 220 internos. No total, o Semiaberto conta com 10 agentes,\n quando o mínimo para manter a segurança seria de 24, conta Agripino. A média\n nacional, segundo ele, é de que 70% dos foragidos são recapturados pela\n Polícia. \n \n O clima já estaria tão tenso no local que no último dia 12 os dois\n agentes plantonistas teriam sido agredidos por albergados. Eles registraram\n Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil e o caso está sendo\n investigado. De acordo com Agripino, com déficit de agentes, a rotina do\n Semiaberto está comprometida e arriscada. “Não há um médico lá, apenas dois\n enfermeiros que revezam o plantão. Com isto, o albergado sai para receber\n atendimento em uma unidade de saúde do município e assina um termo de retornar\n ao regime. Muitas vezes este retorno não acontece”, destaca. \n \n Outra preocupação está relacionada à fuga dos internos. “Nós\n recebemos ligações de que alguém viu um interno pulando o muro e fugindo. Só\n que, além de comunicar às autoridades competentes, não dá para fazer mais nada\n com apenas dois agentes de plantão. Teria que haver mais oficiais para ajudar\n na segurança”, destaca. \n \n Segundo ele, no solário (local do banho de sol) muitas vezes fica\n um agente para cuidar de 60 albergados que não saem para trabalhar ou que\n trabalham na própria unidade. “É um risco que o agente corre. Por causa dessa\n situação de risco, muitos estão adoecendo, pegando atestado e ficando de\n licença, o que piora ainda mais a situação”, destaca. \n \n Por causa disso, conforme Agripino, as atividades do solário\n tiveram que ser reduzidas. “O banho de sol, por exemplo, não dá para ser feito\n quando a unidade está no plantão de dois agentes. Por causa disso é realizado\n um dia sim e outro não, apesar dos internos terem direito do benefício todos os\n dias. Infelizmente quando os agentes estão em dois, um deve ficar na portaria e\n outro como oficial de cela. Por causa disso, um agente sozinho não tem como\n tomar conta dos internos”, lamenta. \n \n De acordo com Agripino, a rotina do agente é intensa no Semiaberto\n e com poucos profissionais se torna muito cansativa. “São 24 horas de trabalho\n ininterrupto. \n \n Há 135 detentos do regime aberto que chegam para assinar presença\n todos os dias, 67 que ficam contínuos no local já que trabalham lá, e mais de\n 100 que saem para o trabalho ou emprego. \n \n Os horários são muito variados e os agentes precisam estar atentos\n para dar a saída e entrada dos internos. Os horários vão desde a saída, 1h da\n manhã, até a chegada, às 20h”, conta. \n \n De acordo com Agripino, a unidade já contou com seis agentes de\n plantão todos os dias. “Algo na gestão deve estar errado. É preciso se investir\n mais no ser humano e não é isto que está acontecendo”, destaca. \n \n Outro lado \n \n Em relação a falta de agentes, o estado vem informando sobre o\n concurso público já em curso para 230 novos agentes penitenciários em todo o\n Estado. Outra medida é a construção de um novo Semiaberto de Dourados que terá\n capacidade para abrigar 450 internos. O presídio está sendo construído às\n margens da Rodovia MS-379 (saída para o Distrito de Panambi), ao lado da\n Penitenciária de Segurança Máxima, Harry Amorim Costa. \n \n A previsão é de que a obra seja entregue até dezembro deste ano. O\n novo Semiaberto custa R$ 6.532.628,72. Os recursos são oriundos do Ministério\n da Justiça, através de articulação do deputado federal Geraldo Resende (PMDB)\n com contrapartida do Governo do Estado, que também é o executor das obras.\n Edificado numa área de 25,7 mil metros quadrados, a área construída será de 3,6\n mil metros quadrados. Os detentos poderão trabalhar monitorados com segurança,\n já que a Polícia vai contar com guaritas de vigilância e de acesso. \n \n Recentemente o Estado informou ainda que a meta até 2014 é de\n criar mais 2 mil vagas para detentos através de projetos já em execução. O\n Estado já executa a ampliação do Presídio masculino de Corumbá, a ampliação do\n Presídio de trânsito de Campo Grande. O Estado informou ainda que tem a meta de\n cadastrar projetos para a construção de mais 10 cadeias públicas com média de\n 200 vagas cada. \n \n \n \n \n