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ImprimirEm silêncio, o empresário João Adalberto Amorim se apresentou na tarde desta terça-feira (8) à Polícia Federal em Campo Grande, em cumprimento à ordem de prisão expedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), neste dia 7 de maio.
Além dele, também se apresentaram Elza Cristina Araújo dos Santos (secretária de Amorim), Raquel Rosana Giroto (mulher do ex-deputado federal Edson Giroto), Ana Paula Amorim (filha do empresário João Amorim) e Mariane Mariano de Oliveira, filha do ex-deputado estadual Wilson Roberto Mariano).
Todos são investigados na operação Lama Asfáltica, que já realizou cinco fases para apurar desvio de dinheiro em obras públicas.
O Supremo determinou a prisão em regime fechado dos homens e a domiciliar para as mulheres em atendimento a reclamação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para quem a liberdade concedida em março aos envolvidos nas investigações significam desrespeito à justiça.
Mais cedo, o ex-deputado federal Edson Giroto, filiado ao PR, o cunhado dele, Flávio Scrocchio, e o ex-deputado estadual Beto Mariano, já haviam se apresentado.
Às 16h20 uma van preta saiu da PF e ao que tudo indica levou os investigados para o IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para passar por exame de corpo de delito.
Depois, João Amorim, Giroto e mais duas pessoas alvo da operação serão levados para a cela 17 do Centro de Triagem, no complexo penitenciário de Campo Grande. Já as mulheres que se apresentaram ficaram em prisão domiciliar.
O STF ainda não disponibilizou a decisão. Na Justiça Federal em Campo Grande, a informação é que o como o caso corre em sigilo, nada poderia ser informado. Da esq. para direita, advogada e Mariane Mariano de Oliveira (Foto: Fernando Antunes)Da esq. para direita, advogada e Mariane Mariano de Oliveira (Foto: Fernando Antunes)
Cronologia
No último mês de março, o Supremo derrubou a liminar que mantinha os oito alvos da operação Lama Asfáltica em liberdade. As prisões aconteceram no dia 9 de março. Mas, no dia 19, o TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) mandou soltar todos.
Inconformada, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entrou com reclamação no STF. Ela alegou que a decisão do Tribunal Regional Federal foi “desrespeitosa” em sua autoridade. Para a procuradora, a justificativa do tribunal de que os réus “não oferecem perigo a ordem pública” vai contra a decisão da Primeira Turma do Supremo, que foi “categórica” ao dizer que os investigados “traziam severos riscos” à ordem, pela extrema gravidade de suas ações.
Ela pediu as prisões e foi atendida. Conforme as últimas movimentações do processo, a decisão foi informadas ontem (dia 7) ao TRF 3 e à 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande.
Fazendas de Lama – As oito prisões são relativas à fase Fazendas de Lama, realizada em 10 de maio de 2016. A liberdade veio no dia 24 de junho daquele ano, quando o ministro Marco Aurélio, do STF, considerou que não havia elemento concreto para justificar a prisão e concedeu liminar em pedido de habeas corpus. O Supremo retomou o julgamento no mês de março, resultando na queda da liminar e retorno à prisão.