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ImprimirAlvo de mandado de prisão e de busca e apreensão na segunda fase da operação Snow, Jessika Farias da Silva, foi encontrada na casa onde mora no Bairro Rancho Alegre de Campo Grande. Ela é mulher do empresário Rodney Gonçalves Medina, preso na primeira fase da ação que investiga quadrilha que usava viaturas policiais para transportar cocaína.
Jessika foi encontrada na manhã desta quarta-feira (15), por equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar que dava apoio ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), durante o cumprimento das 28 ordens judiciais, sendo nove de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão.
Conforme o boletim de ocorrência, a dona de casa de 33 anos estava em casa com os dois filhos, que foram deixados aos cuidados da avó materna no momento em que a equipe policial chegou. Ela foi levada para a sede do Batalhão de Choque sem necessidade de algema, já que não resistiu à prisão.
No entanto, horas depois a defesa já entrou com pedido de revogação da prisão alegando que ela é casada com Rodney, que foi preso em março do ano passado e é mãe de duas crianças de 10 e 3 anos.
“Os menores estão totalmente desamparados sem a presença dos pais, principalmente pela ausência da requerente [no caso a mãe]”, diz trecho do pedido.
Também foram alvos da ação desta quarta-feira Diego Fernandes Silva, Emerson Correa Monteiro, Felipe Henrique Adolfo, Lucas Ribeiro da Silva, Michael Guimarães de Bairros, Rodrigo de Carvalho Ribas, Vitor Gabriel Falcão Pinto e Wilson Alves Bonfim.
Empresário preso– Dono da transportadora JM Transportes, Rodney foi alvo de mandado de prisão durante a primeira fase da operação Snow em 27 de março do ano passado. O homem já havia sido preso por tráfico de drogas em São Paulo em 2021, transportando três toneladas de maconha.
No esquema investigado pela Snow, Rodney integrava quadrilha que fazia o transporte de cocaína de Ponta Porã para Campo Grande e depois distribuía para o restante do país. Faziam parte do grupo criminoso policiais civis, que levavam a droga em viaturas oficiais e também faziam escoltas de caminhões com entorpecentes, outros empresários e até assassino.
À época, foram alvos os policiais civis Hugo Cesar Benites, Anderson César dos Santos e Célio Rodrigues Monteiro. Além de Douglas de Lima de Oliveira Santander, Franck Santos de Oliveira, Ademar Almeida Ribas, e Ademilson Cramolish Palombo, o "Alemão".
Os nomes que também apareceram na lista foram de Jucimar Galvan, Adriano Diogo Veríssimo, Eric do Nascimento Marques, Joesley da Rosa, 35, Márcio André Rocha Faria, administrador, Mayk Rodrigo Gama e Wellington de Sousa Lima, conhecido como "garganta".
Segunda fase- Conforme investigação, o líder da quadrilha utilizava advogados para aliciar servidores públicos, inclusive um policial civil, que passava informações sobre eventuais ações das forças de segurança contra o grupo.
Dessa forma, os investigados tinham acesso às informações privilegiadas e conseguiam monitorar as cargas de drogas, além de instruírem conselheiros quanto aos assuntos sensíveis e pertinentes à organização.
Em algumas ocasiões, o grupo agia de forma violenta para resolver pendências que envolvessem os próprios integrantes, principalmente quando se tratava de perdas de cargas de drogas. Nessas situações, o “problema” era resolvido através de sequestros e execuções daqueles que cometiam o erro.
Para conseguir transportar a cocaína, eram utilizadas empresas de transporte, sendo algumas delas terceirizadas dos Correios. No decorrer da investigação, foram apreendidas mais de duas toneladas do entorpecente.