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ImprimirA investigação policial aponta que Rubia Joice de Oliver Luivisetto, 21, e o "ficante" Danilo Alves Vieira da Silva, 19, premeditaram o assassinato dojogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, em Sete Quedas. Rubia - ex-namorada do jogador - está presa por ocultação de cadáver e Danilo, foragido. A motivação do crime não foi informada pela Polícia Civil.
As poucas informações foram repassadas à imprensa durante pronunciamento na manhã desta sexta-feira (7), na Câmara Municipal de Sete Quedas. Não foi permitido que a imprensa fizesse perguntas sobre o caso. Estiveram presentes policiais, peritos e bombeiros envolvidos nas apurações do caso que repercutiu em todo o país.
Foi uma denúncia anônima para a Polícia Militar que deu início às buscas no rio. Os bombeiros trabalharam intensamente, sem sucesso nos três primeiros dias de buscas. Mas a polícia chegou até "Maninho" - amigo de Rubia que ajudou na ocultação do cadáver - e que apontou onde o corpo do jogador foi desovado.
Durante mais buscas, os bombeiros passaram a localizar os restos mortais do jogador. Foi então que a polícia percebeu a premeditação do crime: os envolvidos haviam cortado a vítima em pequenos pedaços.
Segundo os bombeiros, cada descida no rio levava em torno de quatro horas (18 km) e eram feitas três descidas ao dia, trabalho que durou dois dias em local de difícil acesso. Para identificação da vítima e descoberta sobre o que teria ocorrido com Hugo, peritos, médicos legistas, agentes de polícia cientifica e técnicos de necrópsia trabalharam com vários recursos, entre luminol e reprodução simulada.
Segundo a delegada Lucélia Constantino, até o momento, 17 pessoas foram ouvidas, além de serem cumpridos mandados de busca e apreensão, apreendidos celulares, carros, barco, instrumentos cortantes e DVR.
Entre os telefones, está com a Polícia Civil o que pertence à ex-namorada do atleta, Rubia Joice. Além disso, foi pedida a quebra do sigilo telemático do celular de Hugo e a esperança dos investigadores é que os dados de localização possam mostrar os “últimos passos” do jogador antes do assassinato. O celular do jogador, um Iphone, não foi encontrado.
Embora a tia do jogador tenha relatado à polícia que, no dia do desaparecimento, Hugo havia contado para a família que estava recebendo várias mensagens da ex-namorada, que ela pedia para que ele a encontrasse e o atleta dizia que “não queria mais”, no interrogatório, a jovem negou ter conversado com o ex no dia 24 de junho. Este é um ponto que também pode ser esclarecido com a quebra dos sigilos telemático (dados) e telefônico do celular da investigada.
Premeditado- Para a investigação, os autores [Rubia e Danilo] planejaram o crime. Rubia foi coautora e Danilo quem matou o jogador a tiros. Depois, Hugo foi esquartejado com uma serra elétrica no local onde foi desovado - outro ponto que a polícia também trabalha para desvendar.
Durante o pronunciamento nesta manhã, a polícia informou que identificou "recurso que torne impossível a defesa da vítima". Segundo o artigo 121 do Código Penal, o homicídio é qualificado quando praticado mediante traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
Versão - Rubia narrou que na noite do dia 24 de junho, um sábado, foi para uma festa em posto de combustível na cidade de Pindoty Porã, a mesma onde Hugo foi visto pela última vez, e saiu de lá quase de manhã. Diz que passou a noite na mesma mesa de Danilo e o rapaz, quando estava de saída, pediu que ela fosse até a casa dele buscá-lo para que os dois passassem a noite juntos. Já estava quase amanhecendo quando ela decidiu deixar o local e foi até Danilo. Na casa do “ficante”, também estava Maninho.
Ouvido como testemunha, Maninho alegou que combinou de mentir em depoimento a pedido de Rubia Joice, mas se arrependeu com medo das consequências.
A jovem afirma, porém, que pegou Danilo, o amigo Maninho e todos seguiram para a casa dela. O rapaz foi para um dos quartos, enquanto ela e o “ficante” foram para outro. Em determinado momento, narrou a jovem, Hugo teria invadido a casa e entrado no quarto a chamando de vagabunda. Ela se levantou e tentou empurrá-lo para fora da residência, quando de repente, pelas suas costas, Danilo atirou contra Hugo.
Ela diz que o “ficante” mandou que todo mundo ficasse quieto ou todos morreriam e que, então, ele e o amigo colocaram o corpo no carro dela para se livrarem dele. Disse que não sabia o que havia sido feito do cadáver, muito menos do esquartejamento.
A moça afirmou ainda que não atraiu o ex-namorado para sua casa e que o fato de ele ter aparecido lá, se encontrando com Danilo armado, foi coincidência. A jovem acrescentou que o “ficante” não gostava de Hugo, pois sabia que o ex era ciumento e supostamente já havia agredido Rubia.
A ex-namorada contou ainda que foi para a chácara da avó e demorou relatar à família o que havia acontecido, também por medo. Ela só se apresentou à polícia na segunda-feira (3), depois que partes do corpo de Hugo começaram a ser encontradas.
Maninho - Já na versão de Maninho, ele estava dormindo quando ouviu discussão entre Danilo e Hugo e, logo em seguida, barulho de tiro. Ao sair para ver o que estava acontecendo, encontrou o jogador caído no chão, ainda respirando, e então perguntou a Rubia e ao “ficante” dela o que eles haviam feito.
Neste momento, a garota teria dito que ele não devia falar com ninguém e só fazer o que Danilo mandasse. O corpo de Hugo estava caído na porta da casa. Ainda de acordo com Maninho, Hugo ainda respirava quando Danilo decidiu colocá-lo no carro de Rubia e levar para o rio. Ele afirma que foi ameaçado pelo autor que estava armado e o ajudou a pegar a vítima pelas pernas e colocar no veículo da jovem.
Os dois seguiram até a propriedade rural, que seria do pai de Danilo e lá, o autor deu mais dois tiros na testa de Hugo. Em seguida, jogaram o corpo inteiro no rio. Maninho afirma que viu o cadáver da vítima desaparecer nas águas e que ele não estava esquartejado.
Nega - Rubia está presa desde segunda-feira (3), quando se apresentou, acompanhada de advogados, na delegacia de Tacuru. O amigo dela, Maninho, que teria testemunhado o assassinato, apesar de ter admitido que ajudou a “se livrar” do corpo do atleta, segue como colaborador da investigação, em liberdade. Danilo teve a prisão temporária decretada e segue foragido.