G1/PCS
ImprimirUm dos maiores traficantes do país escapou de uma operação da Polícia Federal na semana passada. Conhecido como “Dom”, Antônio Joaquim Mota controla parte do tráfico na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.
O Fantástico teve acesso a diferentes investigações envolvendo o criminoso, incluindo um depoimento do guarda-costas dele, que foi preso e revelou: o chefe fugiu porque foi avisado da operação montada pela PF para prendê-lo.
“Ele falou que a gente estaria numa situação de risco, a gente teria que se retirar”, diz o guarda-costas Iuri da Silva Gusmão.
Dom é protegido por um grupo paramilitar de mercenários estrangeiros e vive uma vida de luxo. Segundo as autoridades, ele gosta de ser chamado pelo apelido em uma alusão a Dom Corleone, o mafioso do filme “O Poderoso Chefão”.
Também conhecido como “Motinha”, ele é da terceira geração de uma família que enriqueceu com o tráfico de drogas e o contrabando na fronteira entre Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
“A região Ponta Porã e Pedro Juan tem uma relevância histórica. Se você olhar a história do tráfico, se os grandes traficantes, os grandes nomes, se não eram da região, eles passaram por ali. [...] Você consegue observar, olhando em documentos históricos ou de operações que existem sucessões familiares ali”, afirma Alexandre Aparizi, procurador da República em Ponta Porã (MS).
Uma fazenda da família Mota, chamada de “Buracão”, fica no Paraguai, próxima à fronteira. Nela, há uma pista de pouso de onde, segundo as autoridades brasileiras, Dom e o pai enviavam drogas ao Brasil, com helicópteros e aviões de pequeno porte.
Em nota, a Polícia Federal disse que foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão na operação “Magnus Dominus”, na semana passada. Dom segue foragido, e na lista de difusão vermelha da Interpol.
Defesa
A defesa de Iuri Gusmão disse que acompanha os fatos para garantir a proteção dos direitos a ampla defesa do investigado.
O advogado do pai de Dom disse que a família está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos para o restabelecimento de sua honra e, ainda, que não teve todo acesso ao conteúdo investigado e, por isso, não pode esclarecer os fatos noticiados pela imprensa.