Sábado, 23 de Novembro de 2024
Polícia
13/09/2022 12:00:00
Homem que assassinou ex-mulher e filho a tiros em SP era estudante de Medicina no Paraguai

G1MS/LD

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Ezequiel Lemos Ramos, de 39 anos, preso em flagrante após matar a tiros a ex-mulher e o filho caçula, em São Paulo, está no quarto ano de Medicina e morou durante 5 anos em Ponta Porã (MS), cidade que faz divisa com Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

O suspeito atirou contra o carro onde estavam Michelli Nicolich, de 37 anos, e dois os filhos do ex-casal, de 2 e 5 anos. O veículo chegou a bater num poste perto da escola infantil O Rei Leão, que fica na Zona Leste, onde as crianças estudavam.

Ameaça

Ezequiel foi preso na cidade sul-mato-grossense em maio deste ano, após ter ameaçado a ex-mulher com uma arma. Conformo registro policial, durante uma discussão por ciúmes o suspeito teria ameaçado atirar contra a cabeça da vítima.

Michelli contou à polícia que estava desconfiada que o marido pudesse estar traindo ela, além de ser ameaçada de morte, o suspeito também teria agredido a vítima com um soco no rosto.

Durante a discussão, Michelli contou que o marido teria dito que era mais seguro se distanciar. “Vou ficar longe de você pra não dar um tiro na sua cara, para eu não ser preso; assim é fácil morrer, não preciso pagar pistoleiro, eu mesmo faço”, ameaçou Ezequiel. Desesperada, a vítima acionou a polícia.

Ainda conforme o registro policial, na delegacia ele voltou a ameaçar a vítima dizendo “Você é louca de fazer BO, se você abrir a boca e fazer BO você vai ver”.

Ezequiel tinha documentos para ter um fuzil, uma pistola e uma espingarda. Já naquela época, a delegada que atendeu o caso, Marianne Cristine de Sousa, alertou a justiça sobre o risco em deixar Ezequiel soltou.

“O acusado, com fácil acesso às armas de fogo e um verdadeiro arsenal, poderia a qualquer momento ceifar com a vida de sua companheira e de seus dois filhos menores, de modo que é notório que o mesmo poderá continuar delinquindo no decorrer da persecução penal caso mantido em liberdade, tendo em vista notícias fornecidas pela vítima de que o autor já matou cerca de três pessoas e continuou impune, mudando de cidade”.

Homicídio

Para a polícia de Ponta Porã, Michelli Nicolich contou que o marido havia matado outra pessoa em Foz do Iguaçu, no Paraná. Durante o crime, derrubou um carregador da arma e por isso, quando chegou na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, registrou um boletim de ocorrência por furto, tudo para não ser ligado ao crime.

A vítima disse ainda que estava com Ezequiel a cinco anos e há três anos morava em Ponta Porã, para para que ele pudesse estudar medicina no Paraguai. O suspeito disse à polícia que está no 4 ano de medicina.

Ainda em depoimento, a ex-mulher do suspeito afirmou que o marido, já havia assassinado três pessoas, porém não existem provas do crime.

No depoimento na DAM de Ponta Porã, Michelli avisou que voltaria para São Paulo, onde nasceu e revelou que era ela quem pagava as contas da casa e até a faculdade do marido. Afirmou ainda que tinha medo de que Ezequiel saísse da cadeia e “concluísse as ameaças”.

A delegada então pediu medidas protetivas para a vítima, além de reforçar a necessidade de manter o homem preso. No documento, listou que Ezequiel não deveria se aproximar da mulher ou da família dela, nem manter qualquer tipo de contato com eles, deveria também se afastar de casa e ter a posse da ama suspensa.

Liberdade

No dia 20 de maio, a justiça de Ponta Porã decretou a conversão da prisão em flagrante de Ezequiel por prisão preventiva, junto com a medidas protetivas que proibiam ele de se aproximar da família. Porém, no dia 1 de junho, uma nova decisão judicial colocou o homem em liberdade.

Para permanecer em liberdade, o juiz considerou os documentos de CAC levados pela defesa e o fato de Ezequiel ser réu primário. Foi determinado que Ezequiel não falasse com Michelli, não saísse da cidade sem autorização e usasse tornozeleira eletrônica por 180 dias. O homem, no entanto, só ficou com o aparelho de monitoramento até o dia 13 de julho.

Custódia

A Polícia Civil pediu à Justiça a prisão preventiva do CAC (colecionador de armas, atirador desportivo e caçador) detido em flagrante após matar a tiros a ex-mulher e o filho caçula, em frente a uma escolinha na Zona Leste de São Paulo.

O homem deverá passar por audiência de custódia nesta terça-feira (13). A Justiça decidirá se o mantém preso por tempo indeterminado, como quer a polícia, ou até um eventual julgamento. O Ministério Público (MP) também terá de se manifestar a respeito do pedido de prisão preventiva. Até a última última atualização desta reportagem não havia uma decisão judicial a respeito.

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