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ImprimirIrmão de Alessandro - preso hoje (31) acusado de uma série de estupros e abusos em Campo Grande -, o indivíduo conhecido como Osnil Pereira Ramos, de 47 anos, está com prisão preventiva decretado, considerado foragido, acusado, semelhante ao irmão, por uma série de estupros em Campo Grande.
Durante coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (31), na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), a delegada titular, Elaine Cristina Ishiki Benicasa, junto de Analu Lacerda Ferraz, detalharam a série de crimes que essa "família de estupradores" tem cometido por toda Campo Grande.
Conforme as delegadas, além das atitudes criminosas de Osnil Pereira e Alessandro dos Santos Ramos, o irmão mais velho dos dois também está preso por crime sexual, pela prática de estupro.
Entenda
As delegadas detalham que, diante das investigações do setor de investigação de crimes sexuais, foi representada pela prisão de ambos os irmãos, já que esse teria sido preso em flagrante há cerca de um ano pelo crime de estupro.
"Desde que a gente criou o setor, começamos a catalogar os crimes, modus operandi de cada autor e verificamos quando eles foram presos, quando vão ser soltos... e temos um arquivo com essas características", expõe a delegada Analu.
Foi verificado que Osnil estava solto, sendo que na data de sua prisão chegou a informar que estava acompanhado do irmão, preso na manhã de hoje.
Diante disso, foi relatado o flagrante dentro do prazo e, posteriormente, instaurado inquérito complementar para apurar a participação de cada um dos executores do crime.
Segundo as delegadas, quando há um crime sexual, é feita filtragem em boletins de ocorrência junto à Deam, e mesmo os encaminhados ao Poder Judiciária sem resolução, para analisar características físicas e modus operandi, por onde foi possível apontar que só Alessandro teria vitimado aproximadamente seis mulheres.
Tipo de vítimas Segundo as delegadas, os crimes eram cometidas nas mais diversas regiões de Campo Grande, com relatos de casos na região do Prosa; Centro de Campo Grande; bairro Monte Castelo e até mesmo uma mulher que teria sido vítima no estacionamento da loja Havan que fica junto ao shopping Norte Sul.
"Temos a suspeita de outra, uma idosa de 82 anos foi vítima de estupro também. Foi decretada na manhã de hoje também a busca e apreensão da residência, encontramos o boné que aparece na filmagem com um dos rapazes, mas os pertences não estavam mais [ali]", cita Analu.
Apontando que Osnil tende a atacar um tipo específico de vítimas, as delegadas revelam que o irmão foragido tem "preferência" por mulheres idosas, sendo que ambos teriam também se aproveitado da vulnerabilidade de mulheres moradoras de rua para cometer os crimes violentos.
"Das três que ainda não foram ouvidas, duas são moradoras de rua, ficam ali na região do pontilhão", diz a delegada.
Cabe apontar que as diligências da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) continuam, em busca de localizar o paradeiro de Osnil.
Ao todo, a família desses indivíduos seria composta por 14 irmãos, com metade sendo homens e pelo menos três já anotando passagens por violentos crimes sexuais.
"Um tá preso, outro foi solto recente e o que está foragido também tem boletim de ocorrência de crime sexual, todos por estupros".
Ainda assim, apesar de serem irmãos e apontarem a execução dos crimes "um ao outro", a delegada faz questão de esclarecer que não se trata de uma semelhança a ponto de confundir quem é quem, por isso a importância do reconhecimento pessoal com o já feito para a prisão de Alessandro.
As delegadas diferenciam que, enquanto Alessandro se aproveitaria de facilidades, como o crime cometido dia 23 após às 07h, Osnil apresenta uma incidência maior de crimes contra mulheres idosas.
Há ainda o reforço de que os crimes sexuais são sub notificados, muitas vezes por falta de coragem ou mesmo excesso de vergonha em ir à delegacia em busca de ajuda, fatores que precisam ser quebrados para que infratores sejam devidamente punidos.
Entre os três boletins os quais as vítimas ainda não responderam para reconhecimento pessoal, Analu detalha que uma das mulheres trata-se de uma senhora idosa.
"Ela foi abordada pelos dois, teve sexo com ambos, precisou ir para Santa Casa, então foi bem violenta a situação dela. Abordaram ela na rua e levaram para residência, onde houve sexo vaginal e anal", revelam as delegadas.
Questionadas sobre o receio de que novos crimes aconteçam, uma vez que Osnil segue foragido, Analu apontou que, quando há uma predisposição na pessoa a cometer esse tipo de crime, independente de decreto de prisão, "ela vai cometer".
"Mas eu acredito que, até pelo fato da gente ter ido lá na casa, cumprido, os familiares vão notificar, ele vai se acalmar um pouco por hora", completa.
Também, nas palavras de Benicasa, que considera crimes sexuais mais perigosos, anos de cadeia não tendem a trazer um estuprador "de volta à normalidade".
"Então, qualquer momento, lugar, que ele estiver e aquele instinto vir novamente à tona, ele vai estuprar. O que nos faz correr atrás, para que ele não faça novas e outras vítimas", conclui.