Domingo, 24 de Novembro de 2024
Polícia
14/02/2012 06:31:33
Jornalista foi vítima do esquema da pistolagem, mesmo tema do seu livro
Seu veículo Idea foi alvejado por 12 tiros de pistola calibre 9 milímetros sendo que cinco o atingiram. Os autores foram dois pistoleiros que estavam em uma motocicleta.

Correio do Estado/PCS

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\n \n O\n jornalista e escritor Paulo Roberto Carlos Rodrigues (que usava o nome de Paulo\n Rocaro), 51 anos, fuzilado na noite de domingo (11) na Avenida Brasil, centro\n de Ponta Porã (MS), era autor do livo “A Tempestade”, lançado em 2002, onde\n denunciava a ação de crimes de pistolagem e de grupo de extermínio na\n fronteira. Dez anos depois, ele acabou sendo vítima do esquema criminoso que\n retratou em sua obra.\n \n Seu\n veículo Idea foi alvejado por 12 tiros de pistola calibre 9 milímetros sendo que\n cinco o atingiram. Os autores foram dois pistoleiros que estavam em uma\n motocicleta.\n \n Rocaro\n foi socorrido ainda com vida pelo Corpo de Bombeiros, mas morreu por volta das\n 4h30min da madrugada de ontem (13) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do\n Hospital Regional. \n \n Considerado\n um jornalista polêmico, Rocaro era editor-chefe do Jornal da Praça, diário mais\n antigo da fronteira e havia criado há cinco anos o site de notícias Mercosul\n News, onde era repórter e sócio-proprietário. O jornalista foi correspondente em Ponta Porã do Jornal\n Correio do Estado e do Jornal O Progresso de Dourados.\n \n O\n delegado Odorico Mesquita, responsável pelas investigações sobre o caso, disse\n ontem ao Portal Correio do Estado que o crime pode ter ligação com o trabalho\n que o jornalista exercia, conhecido na região pela forma como questionava as\n autoridades públicas e cobrava qualquer fato que chegava a seu conhecimento,\n porém, nenhuma hipótese está descartada.\n \n O\n primeiro passo para as investigações, segundo o delegado, é descobrir o motivo\n do crime. "Vamos colher depoimentos da família e colegas de trabalho para\n saber se o jornalista estava sofrendo algum tipo de ameaça", explica. \n \n A\n equipe de investigação da polícia já traçou o trajeto que Rocaro fazia durante\n o atentado. "Sabemos que ele saiu de uma reunião com amigos e seguia para\n casa, quando foi assassinado", completa o delegado, dizendo ainda que já\n teve acesso a algumas imagens de circuitos de segurança de prédios próximos ao\n local do atentado onde é possível visualizar a motocicleta usada pelos\n pistoleiros.\n \n O\n crime\n \n Conforme\n informações de testemunhas, o veículo de Rocaro teria sido fechado por uma\n motocicleta sem placas, ocupada por dois pistoleiros, que efetuaram os disparos\n e fugiram em direção a Pedro Juan Caballero, no lado paraguaio da fronteira.\n \n Quando\n sofreu o atentado que culminou com a morte, Rocaro retornava para casa depois\n de ter participado de um jantar na residência do ex-prefeito Wagner Piantoni\n (PT). Ele estava sozinho no veículo. A esposa e o filho dele também\n participaram da festa, mas seguiam em outro carro e não presenciaram o crime.\n \n Ao\n ser atingido Rocaro perdeu o controle do veículo e bateu contra um poste. Mesmo\n bastante ferido ele conseguiu religar o carro e chegar até um hotel nas\n proximidades do local do atentado, onde pediu socorro. Funcionários do\n estabelecimento acionaram o Corpo de Bombeiros. Mesmo socorrido com vida ele\n não resistiu à gravidade dos ferimentos.
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