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Polícia
26/03/2013 06:51:57
MPF denuncia 12 por suspeita de desvio de R$ 14 mi do Dnit em MS
Um dos denunciados é o ex-superintendente do órgão em Mato Grosso do Sul, Marcelo Miranda. A denúncia foi apresentada à Justiça Federal de Dourados na última quinta-feira (21), mas foi divulgada nesta segunda-feira (25).

G1/PCS

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Segundo MPF, suspeitos comemoravam fraude (Foto: Divulgação/MPF)
\n O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça 12 suspeitos de desviar recursos públicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) na unidade de Dourados, a 225 km de Campo Grande. Um dos denunciados é o ex-superintendente do órgão em Mato Grosso do Sul, Marcelo Miranda. Ao G1, ele negou participação no esquema.

A denúncia foi apresentada à Justiça Federal de Dourados na última quinta-feira (21), mas foi divulgada nesta segunda-feira (25). Segundo o MPF, os denunciados teriam desviado R$ 14 milhões, entre 2001 e 2006, por meio de contratos com prestadoras de serviços, que executavam e supervisionavam obras em rodovias do estado.

Além de Miranda – que é ex-governador de Mato Grosso do Sul, foram denunciados um ex-supervisor do Dnit em Dourados, um ex-chefe do serviço de engenharia do órgão, proprietários e funcionários das empresas envolvidas. O ex-superintendente da autarquia afirmou que está sendo acusado por acaso. “Essa denúncia não tem nenhum fundamento, isso já foi explicado, foram mostradas as notas do que foi pago. Os pagamentos foram feitos daquilo que foi executado. Todas as atitudes que foram tomadas na construção da estrada eu tomaria novamente”, garantiu.

Miranda foi denunciado pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documento particular, falsidade ideológica e corrupção passiva. Para o MPF, o ex-superintendente, ao saber dos documentos que colocavam o ex-supervisor de Dourados sob suspeita para o exercício de uma função de confiança, tinha a obrigação legal de afastá-lo de qualquer atividade do Dnit.

“Não afastei [o ex-supervisor] porque ele é engenheiro do quadro do Dnit e merece todo respeito. Além disso, ele tem total capacidade para executar esse serviço e não tinha outra pessoa”, justificou Miranda.

Se a denúncia for aceita pela Justiça, os suspeitos se tornarão acusados em ação penal. O esquema
Conforme o MPF, o esquema no Dnit era executado pela fiscalização de obras e serviços prestados pelas empresas dos denunciados. Em fevereiro de 2006, a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para apurar denúncia sobre o desvio de recursos pelo então supervisor do órgão em Dourados.

O supervisor do Dnit em Dourados e as empresas estariam fraudando as medições para fazer constar valores maiores do que os executados. Com isso, de acordo com o MPF, o Dnit estaria pagando valores maiores do que os devidos e, o que excedia o valor real dos contratos, estaria sendo dividido entre o suspeito e as empresas.

Com os indícios de irregularidades, a PF solicitou mandados de busca e apreensão nos escritórios do órgão, em uma empresa, na casa do ex-supervisor e em uma outra residência. A Justiça também decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-chefe da unidade de Dourados.

Segundo o MPF, como a fiscalização das obras era “de fachada”, a empresa executava os serviços em quantitativos e qualidade menores do que os contratados. Uma das irregularidades teria ocorrido na restauração da BR-163, onde foi aplicada camada de material com espessura menor que a prevista no contrato. A fraude resultou na diminuição da vida útil do pavimento.

O ex-supervisor era o responsável final pela fiscalização, pois assinava os relatórios. O então chefe do serviço de engenharia avalizava os relatórios de inspeção emitidos pelo subordinado de Dourados.

Mesmo após a operação da PF, o ex-supervisor seguiu no cargo e só foi demitido após o relatório final de investigação interna chegar à mesma conclusão do inquérito policial. Em 30 de dezembro de 2011, o ministro dos Transportes demitiu o ex-chefe da unidade de Dourados e destituiu Marcelo Miranda e o então chefe do serviço de engenharia do órgão de cargo em comissão. \n \n
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