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ImprimirEm parecer técnico feito com base no laudo do IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses), a perita criminal, responsável pela coordenação dos exames realizados no caso Isabella Nardoni em 2008, Rosângela Monteiro, afirmou que a criança de 2 anos, assassinada pelo padrasto em janeiro deste ano em Campo Grande, sofria abusos havia muito tempo.
A profissional foi contratada pela advogada Janice Andrade, que atua para Jean Carlos Ocampos da Rosa, pai da criança, para analisar os laudos e fazer o parecer depois que a defesa de Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, acusado de estuprar e espancar a criança até a morte, afirmar que os laudos apontaram que o material genético encontrado no corpo não era compatível com o do cliente, informação que será usada para tentar derrubar a acusação de violência sexual.
Ainda de acordo com os advogados, os exames feitos no cadáver da menina não deixam claro que ela foi estuprada. Outra informação que a defesa do padrasto trouxe à tona, no segundo dia de audiência realizada no mês passado, é que DNA de outro homem estava em colcha encontrada na casa da família e periciada.
O parecer da perita que ainda que será anexado ao processo explicou que a ausência de esperma no corpo da vítima não significa que o acusado não tenha sido o autor: “Ele pode perfeitamente ter usado preservativo, pode ter sido utilizado qualquer outro objeto utilizado por ele, pela mãe e por outrem, já que o esperma de outro homem foi constatado em uma colcha encontrada no local”.
Conforme Janice Andrade, entrou em contato com a perita porque queria opinião técnica sobre alguns pontos do laudo: “Ela explicou que a ausência de DNA e esperma não significam que o agressor não seja o Cristian".
Caso - No dia 26 de janeiro deste ano, a menina de dois anos e sete meses deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino já sem vida. Inicialmente, a mãe da menina, Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica apontou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes de chegar ao local.
O atestado de óbito apontou que a menininha sofreu lesão na coluna cervical. Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que também sofria violência sexual. O padrasto responde pelo homicídio com as três qualificadoras e pelo estupro, já a mãe da menina, pelo homicídio, como Christian, mesmo que não tenha agredido a filha, mas porque, no entendimento do Ministério Público, ela se omitiu do dever de cuidar.