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ImprimirAgentes da Polícia Federal prenderam duas pessoas e apreenderam na tarde desta terça-feira (15) centenas de munições e cinco armas em uma loja especializada na venda de produtos de caça e pesca na Avenida Bandeirantes, em Campo Grande.
Conforme nota divulgada na manhã desta quarta-feira, a ação do dia anterior foi para fiscalizar o comércio de armas e munições, o que deixou de ser atribuição do Exército e passou a ser tarefa da Polícia Federal.
E, no decorrer da ação “ficou evidenciado o comércio ilegal de munições de arma de fogo por parte de empresa especializada de equipamentos de caça e pesca, onde foi cumprido mandado de busca e apreensão”.
De acordo com um dos sócios da loja Jacaré Caça e Pesca, o advogado Eliezer Melo Carvalho, no local também funciona um escritório de advocacia e por isso os agentes foram barrados, já que escritórios de advocacia são invioláveis.
Diante disso, os policiais conseguiram um mandado judicial e, acompanhados por três advogados indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), acabaram tendo o acesso liberado.
Ainda de acordo com a PF, “duas pessoas foram presas em flagrante e conduzidas à Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul”, mas não foi explicado o crime exato pelo qual foram presas. Os agentes levaram três pistolas e duas armas longas, possivelmente escopetas calibre 12, conforme imagens divulgadas pela assessoria da polícia.
De acordo com Eliezer, que também não soube explicar qual o crime exato que teriam cometido, uma das pessoas presas é a ex-mulher dele, que é sócia da loja e que passaria por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira.
A PF não informou o nome da loga que foi alvo da operação, mas na tarde desta terça-feira a equipe do Correio do Estado flagrou uma viatura da corporação na porta da loja Jacaré, na Avenida Bandeirantes, na esquina com a 26 de agosto.
De acordo com Eliézer, que não estava no local porque passou por cirurgia oftalmológica recentemente, tudo o que é vendido na loja tem documentação e nada é de procedência paraguaia, garante.
Tanto é que, segundo ele, no estoque há em torno de 30 pistolas e o mesmo tanto de armas logas, entre elas escopetas de calibre 12, que não foram recolhidas. Talvez, admite, possa ter havido alguma falha na digitação dos registros ou na apresentação dos documentos, já que ele não tinha condições de comparecer à loja e auxiliar os funcionários a mostrarem a papelada aos policiais.
Ele acredita que, por ter assumido esta atribuição recentemente, a PF esteja “querendo mostrar serviço e por isso fizeram essa barbaridade”. Com 30 anos no ramo, ele diz que faz mais de um ano que ninguém do Exército comparecia à loja para fazer fiscalização, mas que ao longo destes anos todos que atua no setor sempre agiu na legalidade.
Para ele, o que aconteceu ontem foi “abuso de poder, uma vez que nem mesmo contaram a quantidade de munições que foi recolhida. Simplesmente colocaram as caixas num saco e foram levando”, reclama.
“Da minha loja não entra e nem sai nada sem nota. Vem quase tudo da Taurus já com a documentação de fábrica e a gente só entrega as armas e munições quando o cliente apresenta a documentação exigida por lei. Não somos bandidos e nem vendemos para bandidos. Bandido não compra arma em loja”, afirmou, por telefone, na manhã desta quarta-feira.