\n \n A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (31) uma operação\n para prender suspeitos de utilizarem uma igreja de fachada para cometer crimes\n contra o sistema financeiro, lavar dinheiro e sonegar impostos. Foram cumpridos\n seis mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São\n Paulo, Atibaia e Valinhos, todas no Estado de São Paulo.\n \n Segundo a PF, os acusados foram descobertos pela grande\n movimentação financeira da pequena igreja que criaram, que chegou a quase R$\n 400 milhões.\n \n Segundo estimativas realizadas durante as investigações, o\n prejuízo total à União e ao Estado de São Paulo, pelo não recolhimento dos\n tributos devidos e pelas fraudes detectadas passam de R$ 150 milhões ao ano.\n \n "Constatou-se que se tratava de uma empresa que jamais teve\n existência física e que a associação religiosa foi criada por gozar de\n imunidade tributária, o que, diminuiria as probabilidades de fiscalização, na\n visão dos integrantes do grupo", disse a PF em nota.\n \n Estratégias diferentes\n \n A PF afirma que durante as investigações que os acusados\n utilizavam duas estratégias para sonegar impostos.\n \n "No primeiro, empresas de fachada eram criadas para que\n atuassem ficticiamente, recebendo recursos de empresas reais e depois remetendo\n os valores para o exterior por meio de “doleiros”, ou seja, de maneira ilegal.\n Essas empresas de fachada eram utilizadas por um período curto para melhor\n desviar a atenção da fiscalização. No segundo modo de atuação, o grupo atuava\n para empresas devedoras do fisco estadual, que já haviam sido autuadas ou que\n haviam tido seus recursos administrativos julgados improcedentes. Eles contavam\n com a colaboração de servidores públicos vinculados à área tributária, que\n atuariam principalmente no “desaparecimento de procedimentos fiscais”, afirma a\n PF.\n \n Enquanto os processos eram fisicamente subtraídos das instalações\n da repartição pública, de acordo com as investigações da Polícia, havia também\n o apagamento dos registros nos sistemas de informática. A investigação aponta\n que eles eram levados em partes, escondidos em bolsas ou mochilas.\n \n "Ao final, eram entregues aos chefes da quadrilha, que os\n entregavam para os empresários envolvidos. Há evidências de que cada\n procedimento continha valores de multas fiscais que variam entre R$ 1 milhão e\n R$ 35 milhões".\n \n Os investigados responderão pelos crimes contra o sistema\n financeiro, subtração de processos, corrupção ativa e passiva, tráfico de\n influência, lavagem de dinheiro, formação e quadrilha, falsidade ideológica e\n sonegação fiscal, cujas penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão. \n \n \n \n \n