G1MS/LD
ImprimirA Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul (PMA-MS), realiza uma investigação após vários avistamentos de onças-pintadas na região pantaneira de Miranda (MS) circularem nas redes sociais. Nas imagens é possível ver os animais, que são habituados com a presença humana, esperando serem alimentados.
Ao g1, a capitã Thamara Moura, explicou que os animais estão sendo "cevados", ou seja, alimentados por pessoas com frequência para interesses turísticos. A especialista diz que a ação é criminosa e traz riscos para as pessoas, assim como para o animal.
"Nos vídeos, fotos e relatos que recebemos, é possível ver os animais habituados com a presença humana e aguardando serem alimentados as margens do rio Miranda. Isso para atrair turistas. Essa é uma atitude nada inteligente e totalmente criminosa e arriscada, o animal acaba associando a presença humana ao alimento, e com isso deixa de lado o instinto de caça. Isso aumenta o risco de ataques, caso o animal não receba comida".
A prática de ceva é considerada um crime ambiental e ato de maus tratos animal, quem pratica a ação pode cumprir de três a um ano de detenção, além de pagar multa. Em um registro feito pela PMA, os agentes alertam sobre o risco e demonstram como uma onça já aparece habituada com a presença de pessoas.
Para evitar a prática criminosa, a PMA tem realizado monitoramento da região com ajuda de drones.
Ceva
Segundo a Associação Onçafari, a ceva consiste em oferecer comida para atrair animais selvagens e facilitar encontros com turistas. A prática diminui a distância de conforto das onças-pintadas com os seres humanos e elas começam a chegar cada vez mais perto.
A onça pode ficar dependente dessa relação e deixar de caçar ou procurar alimento de forma natural.
Em 2015, Mato Grosso do Sul estabeleceu a proibição da alimentação ou ceva de mamíferos silvestres de médio e grande porte em vida livre para atrair e aumentar a chance de observação ou garantir sua permanência em determinada localidade.