Sábado, 23 de Novembro de 2024
Polícia
20/05/2013 07:19:08
Polícia quer indiciar médicos por homicídio doloso de mãe com gravidez de risco
A saga para conseguir atendimento médico, mesmo com diagnóstico de pressão alta, sangramento e contrações típicas do 9° mês de gestação, levou Ana Paula dos Santos, 38 anos, a falecer em Campo Grande.

Midiamax/LD

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\n \n A saga para conseguir atendimento médico, mesmo com diagnóstico de\n pressão alta, sangramento e contrações típicas do 9° mês de gestação, levou Ana\n Paula dos Santos, 38 anos, a falecer em Campo Grande. Ao todo, a polícia\n constatou que ela passou por seis unidades de saúde diferentes, sempre sendo\n medicada e liberada. \n \n De toda essa peregrinação, sobreviveu Anny dos Santos Sanabria,\n prestes a completar dois anos de idade, além de um pai com a menina doente e\n outros quatro filhos para criar. O fato ocorreu em 2011 e a polícia faz uma\n coleta de documentos para comprovar que o parto dessa vítima deveria ser feito\n de imediato e que, quatro dos seis médicos que fizeram o atendimento, devem\n responder por homicídio doloso (com intenção de matar). \n \n “Esta mãe morreu com diagnóstico de pneumonia e pré-eclampsia\n grave e, nesses casos, de acordo com vários profissionais e laudos recebidos,\n deveria ter sido feito de imediato o parto. Porém, houve descaso e o parto não\n foi feito mesmo com os riscos que ela estava correndo”, diz a delegada\n Christiane Grossi, responsável pelas investigações. \n \n Com dores, Ana Paula primeiro compareceu no dia 1/6 ao Posto de\n Saúde do bairro Nova Lima. O médico a encaminhou para o Hospital Regional,\n porém ela foi medicada e liberada. No outro dia, foi para a Maternidade Cândido\n Mariano, sendo mais uma vez medicada e liberada. Já no terceiro dia, a opção\n foi a Santa Casa, onde ela saiu após receber o medicamento devido. \n \n No dia do nascimento do bebê, mais dois locais: Posto de Saúde do\n Nova Bahia e a Santa Casa. “Como a mãe teve pressão alta, foi aplicada a\n anestesia geral e o nenê teve convulsão e parada cardiorrespiratória. Dois dias\n depois o bebê foi reanimado após outra parada e permanece com as sequelas. Já a\n mãe desmaiou, foi entubada e morreu no dia 21 de agosto”, conta a delegada\n Grossi. \n \n Com os filhos, o trabalhador rural Ivan Luiz Sanabria, 37 anos, se\n sentiu “sem chão”. “Com oito meses de vida a criança obteve um laudo de\n epilepsia refratária e deformidade perante o sofrimento fetal agudo, eventos\n ocorridos após o parto e que contribuíram para o estado atual da menina. Este é\n um parecer de um médico legista, com informações da faculdade de Medicina da\n USP (Universidade de São Paulo)”, explica a delegada. \n \n Por enquanto, a reportagem irá preservar os nomes dos\n profissionais, já que as investigações permanecem em andamento. Porém, segundo\n a Polícia Civil, a intenção é provar que estes profissionais foram negligentes\n e devem pagar pelos crimes. A reportagem procurou o Sr. Ivan, mas há duas\n semanas ele mudou do endereço repasado à polícia. \n \n \n \n \n
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