Sexta-Feira, 22 de Novembro de 2024
Polícia
28/09/2022 07:20:00
Prisão pode revelar aliciamento para prostituição dentro da prefeitura
Ex-comissionado da Secretaria de Governo é conhecido dono de prostíbulos de Campo Grande

TMN/PCS

Imprimir

Preso, Victor Hugo Ribeiro Nogueira da Silva, 36 anos, é conhecido dono de casa de prostituição e agenciador de prostitutas. Seria uma questão ‘apenas’ policial, se o filho do rei – como é conhecido – não tivesse passado anos como servidor da Prefeitura de Campo Grande e não fosse réu por suposta obstrução de Justiça.

Victor Hugo foi preso no último dia de agosto desse ano e se tornou réu no dia 23 deste mês por coação de testemunhas. O objetivo dele era claro: fazer mulheres que denunciaram o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) voltarem atrás. Ele foi, inclusive, flagrado em cartório com advogada também ligada à gestão Marquinhos e com as mulheres que declararam ser mentira as acusações.

O dono de zona ocupou cargos da mais alta estirpe na Prefeitura de Campo Grande, inclusive como gestor de projetos no gabinete do próprio Marquinhos Trad. Chegava a ganhar mais de R$ 5,7 mil. Saiu ano passado; a advogada dele também foi servidora comissionada. Ainda conforme apurado, ao mesmo tempo que atuava no poder público, Victor mantinha um lava- jato e uma casa de prostituição, onde exigia diária de R$ 150 para ceder o espaço às ‘’damas da noite’’ pernoitarem com seus clientes.

A prisão do homem de confiança pode abrir uma nova frente de investigação policial: o aliciamento de mulheres para a prostituição dentro do Paço Municipal.

Um dos crimes imputados a Marquinhos Trad pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher), em investigação conduzida pela delegada Maíra Pacheco Machado, é de ‘favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual’.

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Marquinhos, também conforme o inquérito policial, teria as relações sexuais dentro de seu gabinete no Paço Municipal.

O QUESTIONAMENTO

A dúvida que fica é simples: por qual motivo um homem com esse histórico fica nomeado por quatro anos na Prefeitura de Campo Grande? Desconhecimento ou justamente por conta deste histórico? É uma questão que deve começar a ser desnudada na continuação da investigação policial, que pode, já nesta semana, indiciar justamente Marquinhos Trad.

Um dos crimes: favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual.

O ex-prefeito e agora candidato confessou ter traído a mulher em duas oportunidades, porém de forma consensual, e garante que já foi perdoado. Sobre a investigação, ele fala em ‘motivos políticos’ por conta da corrida pelo Parque dos Poderes.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa de Marquinhos Trad para falar sobre o ex-comissionado, mas não obteve retorno.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias