Sheila Forato
ImprimirPoderia ser apenas mais uma reportagem de furto corriqueiro, que acontece todos os dias em cidades de médio e grande porte, mas, este caso esfrega na cara da sociedade o retrato do Brasil, de um país onde a malandragem tem predominado, na maioria das vezes, pois este é o exemplo que vem de quem deveria promover a ordem pública, da maior a menor autoridade.
Na madrugada desta quinta-feira (04), a vítima foi a proprietária da loja de chocolates finos, Silva Barros, localizada na avenida General Mendes de Moraes, em Coxim. Além do prejuízo material com a porta arrombada, os chocolates e as pelúcias, assim como pequena quantia em dinheiro que seria usada para troco, o ladrão levou um notebook.
Mas, não é apenas um computador portátil. Era um notebook que representava a dedicação de um aluno, um menino ainda adolescente, premiado pelo governo do Estado pelo seu desempenho escolar. A premiação aconteceu há dois anos, mas o menino continua dando orgulho para a família.
Segundo a empresária Irene da Silva Barros, de 44 anos, o furto do notebook foi o que a família mais sentiu. “Não pelo valor, mas pelo significado que tinha para o meu filho”, comentou Irene. Como consolo, a mãe disse que compraria outro para o adolescente, mas ela sabe que o novo computador portátil não terá o mesmo significado para o filho.
Ao amanhecer, o pé de cabra usado para arrombar a porta ocupava o balcão, onde deveria estar o notebook, que agora será usado por alguém cujo único esforço na vida foi o de arrombar uma porta de quem trabalha para dar uma vida digna à família. Isso, claro, se o computador não for trocado em uma boca de fumo, a preço de banana.
Em tempo, vale registrar, que a Polícia Militar foi acionada e registrou o caso. Já a Polícia Civil iria até o local na tentativa de colher as digitais. A empresária também conta com a possibilidade da câmera de uma clínica ter filmado o momento em que o ladrão arrombava a porta.