Política
14/08/2014 09:00:00
Enquanto a polícia não tiver autonomia, sociedade nunca terá um serviço à altura, diz delegado
Para Fernando Lopes Nogueira, delegado coordenador dos plantões das Depacs da Capital, com a autonomia financeira e administrativa das polícias,será prestado melhor serviço à população.
Notícias MS/LD
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Delegado desde o ano de 1997, Fernando Lopes Nogueira, é coordenador dos plantões das Depacs (Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário) dos bairros Piratininga e Centro e professor do curso de direito da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
O mineiro começou sua carreira no estado em que nasceu e no ano de 1998 veio ao Mato Grosso do Sul, e já atuou em cidades como Rochedo, Corguinho, Terenos, Sidrolândia, Bonito, Inocência. Na Capital, o delegado foi titular do 5º Distrito de Polícia e foi delegado adjunto na Depac Centro. Além dessas cidades, Fernando morou em outros estados como Goiás e São Paulo, mas um dos motivos que o levaram a escolher o Mato Grosso do Sul, foi o salário, considerado um dos melhores do Brasil. Eu queria atuar na minha região, que é o sul de Minas Gerais, mas queriam me mandar para o norte de Minas, em uma região que faz divisa com a Bahia e é a região mais pobre do Brasil, então quando abriu academia aqui, eu optei pelo Mato Grosso do Sul. Apesar de já ter atuado como oficial de promotoria, escrivão de polícia, investigador de polícia, quando entrou na faculdade, o delegado tinha três focos em mente, a magistratura, o ministério público e sua atual profissão. A decisão partiu após análises feitas por Fernando. A minha profissão me da autonomia de atuar em crimes de outras delegacias, isso se chama circunscrição. Após às 18h quem controla todo o sistema de polícia judiciário da Capital são as Depacs, a gente atua nas competências das delegacias especializadas como Deam, Deaij, Denar, dentre outras. Trabalhar como coordenador dos plantões das Depacs, é considerado pelo delegado, um trabalho cansativo, pois envolve os formadores de opinião. Conforme explicou, muitas vezes acontece de os pensamentos serem contraditórios, mas o seu trabalho é mostrar qual o melhor caminho a ser seguido pelas equipes. Hoje as Delegacias Comunitárias possuem 200 policiais, incluindo os delegados. As equipes são formadas por grupos de sete a dez policiais. Cada Depac trabalha com cerca de 50 mil pessoas diariamente. Só para se ter uma noção, somente a Depac do bairro Piratininga cuida de 35 bairros da Capital, sendo esses os mais pobres, como a vila Nhá-Nhá. Para Fernando, qualquer profissão tem hoje seus perigos, mas em seu caso, basta que se cumpra o papel do delegado, para que não se tenham maiores problemas. Se você for para o outro lado do muro, você está se arriscando a ter problemas. Não é questão de ser perigosa ou não, vai do bom senso do profissional. Questionado sobre a violência, o delegado considera uma questão sazonal. Em Campo Grande, os crimes acontecem na metade do mês, pois muitos que já receberam o salário o gastaram. Outro fator é a situação econômica do local, se há oferta de empregos diminui o índice de criminalidade, em épocas festivas há o aumento de crimes causados às pessoas, como violência doméstica, devido ao abuso do álcool e outras drogas. Por último, o delegado atribui a violência à questão cultural do Estado. Como Mato Grosso do Sul faz divisa com dois países, Paraguai e Bolívia, que são grandes influentes no tráfico, a violência acaba respingando na Capital. Hoje 90% dos crimes são em decorrência do tráfico de drogas, pois o tráfico movimenta homicídio, lesão corporal, o crime contra o patrimônio e outros.nbsp;Na opinião do delegado, a partir do momento que diminuir o tráfico, o valor da droga irá subir, haverá mais consumidores e menos oferta. Quando a droga diminuir, diminui a violência. Em relação à estrutura da Polícia Civil hoje, Fernando fala primeiramente sobre as viaturas. Conforme relata, nbsp;as viaturas estão em situação mediana, porém, nbsp;cinco novas serão destinadas às Depacs nos próximos 30 dias. O detalhe, considera, é o efetivo, que hoje deveria ser aumentado, através do concurso. O maior problema da segurança pública hoje, na opinião do delegado, nbsp;é não ter verba carimbada para o setor e não possuir autonomia administrativa. O que falta para as polícias, é projeto de Estado e não de governo, ou seja, só se conseguirá ter um polícia a altura do que a sociedade espera, a partir do momento em que a própria polícia puder gerir seus próprios recursos. Falta gestão de administradores de segurança pública e para isso não é questão estadual, e sim federal. Enquanto não criar autonomias financeiras e administrativas para as polícias nunca se terá uma polícia a altura da sociedade. As polícias se tivessem as mesmas autonomias das agências reguladoras, na minha visão conseguiríamos apresentar melhores trabalhos à população. Asnbsp; Depacs hoje trabalham com a média de 1200 BOs (Boletins de Ocorrência) mensais, dentro dos mais diversos crimes. Campo Grande é considerada a Capital que mais esclarece crimes de homicídios, com 92% esclarecidos.
O mineiro começou sua carreira no estado em que nasceu e no ano de 1998 veio ao Mato Grosso do Sul, e já atuou em cidades como Rochedo, Corguinho, Terenos, Sidrolândia, Bonito, Inocência. Na Capital, o delegado foi titular do 5º Distrito de Polícia e foi delegado adjunto na Depac Centro. Além dessas cidades, Fernando morou em outros estados como Goiás e São Paulo, mas um dos motivos que o levaram a escolher o Mato Grosso do Sul, foi o salário, considerado um dos melhores do Brasil. Eu queria atuar na minha região, que é o sul de Minas Gerais, mas queriam me mandar para o norte de Minas, em uma região que faz divisa com a Bahia e é a região mais pobre do Brasil, então quando abriu academia aqui, eu optei pelo Mato Grosso do Sul. Apesar de já ter atuado como oficial de promotoria, escrivão de polícia, investigador de polícia, quando entrou na faculdade, o delegado tinha três focos em mente, a magistratura, o ministério público e sua atual profissão. A decisão partiu após análises feitas por Fernando. A minha profissão me da autonomia de atuar em crimes de outras delegacias, isso se chama circunscrição. Após às 18h quem controla todo o sistema de polícia judiciário da Capital são as Depacs, a gente atua nas competências das delegacias especializadas como Deam, Deaij, Denar, dentre outras. Trabalhar como coordenador dos plantões das Depacs, é considerado pelo delegado, um trabalho cansativo, pois envolve os formadores de opinião. Conforme explicou, muitas vezes acontece de os pensamentos serem contraditórios, mas o seu trabalho é mostrar qual o melhor caminho a ser seguido pelas equipes. Hoje as Delegacias Comunitárias possuem 200 policiais, incluindo os delegados. As equipes são formadas por grupos de sete a dez policiais. Cada Depac trabalha com cerca de 50 mil pessoas diariamente. Só para se ter uma noção, somente a Depac do bairro Piratininga cuida de 35 bairros da Capital, sendo esses os mais pobres, como a vila Nhá-Nhá. Para Fernando, qualquer profissão tem hoje seus perigos, mas em seu caso, basta que se cumpra o papel do delegado, para que não se tenham maiores problemas. Se você for para o outro lado do muro, você está se arriscando a ter problemas. Não é questão de ser perigosa ou não, vai do bom senso do profissional. Questionado sobre a violência, o delegado considera uma questão sazonal. Em Campo Grande, os crimes acontecem na metade do mês, pois muitos que já receberam o salário o gastaram. Outro fator é a situação econômica do local, se há oferta de empregos diminui o índice de criminalidade, em épocas festivas há o aumento de crimes causados às pessoas, como violência doméstica, devido ao abuso do álcool e outras drogas. Por último, o delegado atribui a violência à questão cultural do Estado. Como Mato Grosso do Sul faz divisa com dois países, Paraguai e Bolívia, que são grandes influentes no tráfico, a violência acaba respingando na Capital. Hoje 90% dos crimes são em decorrência do tráfico de drogas, pois o tráfico movimenta homicídio, lesão corporal, o crime contra o patrimônio e outros.nbsp;Na opinião do delegado, a partir do momento que diminuir o tráfico, o valor da droga irá subir, haverá mais consumidores e menos oferta. Quando a droga diminuir, diminui a violência. Em relação à estrutura da Polícia Civil hoje, Fernando fala primeiramente sobre as viaturas. Conforme relata, nbsp;as viaturas estão em situação mediana, porém, nbsp;cinco novas serão destinadas às Depacs nos próximos 30 dias. O detalhe, considera, é o efetivo, que hoje deveria ser aumentado, através do concurso. O maior problema da segurança pública hoje, na opinião do delegado, nbsp;é não ter verba carimbada para o setor e não possuir autonomia administrativa. O que falta para as polícias, é projeto de Estado e não de governo, ou seja, só se conseguirá ter um polícia a altura do que a sociedade espera, a partir do momento em que a própria polícia puder gerir seus próprios recursos. Falta gestão de administradores de segurança pública e para isso não é questão estadual, e sim federal. Enquanto não criar autonomias financeiras e administrativas para as polícias nunca se terá uma polícia a altura da sociedade. As polícias se tivessem as mesmas autonomias das agências reguladoras, na minha visão conseguiríamos apresentar melhores trabalhos à população. Asnbsp; Depacs hoje trabalham com a média de 1200 BOs (Boletins de Ocorrência) mensais, dentro dos mais diversos crimes. Campo Grande é considerada a Capital que mais esclarece crimes de homicídios, com 92% esclarecidos.
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