O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Adalclever Lopes (MDB), anunciou nesta quinta-feira (23) a candidatura ao governo de Minas no lugar do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, que, após desentendimento com o PSB, se retirou da disputa e saiu do partido.

Lacerda protocolou no fim da tarde desta quarta-feira (22) o pedido da renúncia da candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), em Belo Horizonte. Ele também se desfiliou do partido. A candidatura havia sido registrada em 15 de agosto, mesmo após a Executiva Nacional do partido ter dito que não teria candidato ao governo estadual.

Adalclever disse nesta manhã que vai anunciar o vice na próxima segunda-feira (27). Ele afirmou que seu nome foi escolhido em reunião nesta manhã com representantes de oito partidos e que contou, ainda, com a presença de Lacerda.

O presidente do MDB em Minas, deputado Saraiva Felipe, disse ao G1 que Adalclever terá apoio de todos os partidos que estavam na coligação de Marcio Lacerda. A chapa, no entanto, vai pedir à Justiça Eleitoral a retirada do PSB de sua composição.

A vaga a candidato a governador, de acordo com o presidente do partido em Minas, foi oferecida a Jaime Matos, do Pros, que acabou não aceitando.

Saraiva Felipe não disse quando a chapa vai à Justiça pedir a retirada do PSB e o registro no TRE.

Trâmites no TRE

Nesta manhã, o TRE informou que o pedido de renúncia de Lacerda ainda não havia sido homologado. O Tribunal informou, ainda, que, para se candidatar ao governo, Adalclever deve renunciar ao cargo de vice e, depois, fazer um novo registro para concorrer ao cargo de governador.

Crise e confusão no PSB

A crise no partido começou no dia 3 de agosto, véspera da convenção do PSB em Minas Gerais, quando a Executiva Nacional dissolveu a comissão provisória no estado. Esta comissão apoiava a candidatura de Lacerda ao governo.

A dissolução foi feita após a comissão estadual não retirar a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte mesmo depois de acordo do PSB com o PT nacional. Pelo acordo, os petistas passaram a apoiar o PSB em quatro estados em troca da neutralidade do partido na eleição presidencial. Ficou acertado, ainda, que o PSB não teria candidato ao governo em Minas.

Em carta divulgada à imprensa nesta semana, Lacerda afirma que a "velha política" retirou a candidatura dele. O candidato ainda disse que "a impossibilidade do julgamento definitivo do assunto, desenhada nos últimos dias no âmbito da Justiça Eleitoral, conduz esta insegurança jurídica até a véspera do 1º turno, o que me leva a retirar minha candidatura".

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que Lacerda é "um político inseguro, indeciso e vacilante". "O partido e os mineiros se vêm livres de um político que tem essas características, que não são boas pra quem quer assumir o governo", completou. Ele também divulgou uma carta, dizendo que "a desistência se dá como consequência natural da derrota certa que [Lacerda] encontraria na Justiça Eleitoral".