O Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS) \n busca melhores condições de trabalho junto ao Governo do Estado. Entre \n as principais reivindicações está o aumento de 50% (parcelado em dois \n anos) no salário, e melhorias no processo de promoção que até o momento \n está sujeito à interferências políticas, o que tem desestimulado os \n policiais.\n \n Segundo o vice-presidente do Sinpol-MS, Roberto Simeão de Sousa, o \n apadrinhamento de policiais por parte de autoridades políticas tem sido \n um dos principais problemas enfrentados pela categoria. Ele alega que \n muitos são promovidos rapidamente por conta de seus “padrinhos”, \n enquanto outros trabalham 30 anos sem conseguir subir de cargo.\n \n “Temos homens que trabalham a mais de 30 anos e ainda e não chegaram \n ao último nível da carreira, enquanto alguns com menos tempo, cinco, 11 \n anos, atingem seus objetivos. Queremos que este cenário seja \n transformado, pois é completamente desestimulante. O ideal seria um novo\n plano de promoções. Um padrinho deputado, por exemplo, tem mais poder \n que um padrinho vereador. Gente que pôs a vida em risco prendendo \n bandidos, não tem o reconhecimento devido, enquanto alguns que só ficam \n dentro da delegacia abrindo e fechando portas são beneficiados por causa\n dos contatos que têm”, destacou Simeão.\n \n QUESTÃO SALARIAL\n \n O Sinpol-MS se reuniu com o Governador André Puccinelli na última \n segunda-feira (4) para apresentar as reivindicações, principalmente o \n aumento salarial. A categoria explica que quer reajuste de 50% divido em\n duas vezes, sendo 25% para 2013 e o restante para o ano que vem. \n Atualmente, o salário de um policial civil varia de R$ 2.361, a cerca de\n R$ 5 mil.\n \n “Nossos vencimentos estão defasados. Para se ter uma ideia, em 2006 \n os policiais do Mato Grosso do Sul ocupavam a sexta posição no ranking \n brasileiro de salários, hoje, a posição é 25ª e poderá cair ainda mais, \n pois durante a reunião, Puccinelli nos ofereceu apenas 10% para 2013 e \n mais 10% para 2014, não demonstrando interesse em continuar as \n negociações. Mesmo assim estudaremos novas maneiras de chegar a um \n acordo”, explicou.\n \n Simeão ainda fez um comparativo mostrando que o pagamento dos \n policiais no Estado é menor do que o de Sergipe, por exemplo. “No \n Sergipe existem 1.340 policiais, dos quais apenas 330 possuem nível \n superior, enquanto em nosso Estado são 1.666 com 1.071 de nível \n superior. O Produto Interno Bruto (PIB) do Sergipe é de R$ 23 bilhões e\n o nosso é mais que o dobro, R$ 50 bilhões; mesmo assim o pessoal de lá é\n mais bem pago que o daqui. Isso me parece uma coisa: quanto mais \n qualificado for o profissional, menos ele tende a receber. Isso sem \n falar que temos solucionado mais de 90% dos casos de homicídio. Estamos \n lutando para que as coisas sejam feitas da maneira correta, e que \n aqueles que arriscam a vida combatendo o crime sejam bem recompensados e\n tenham mais motivação”, concluiu.\n \n \n