G1/LD
ImprimirA cúpula da Polícia Federal decidiu enviar o delegado Ricardo Saadi, atual superintendente da corporação no Rio de Janeiro, para trabalhar no exterior. Fontes da PF confirmaram à TV Globo que Saadi irá cumprir "missão fora do país", sem dar detalhes sobre o destino.
A mudança, que deve ser formalizada nos próximos dias, foi decidida quase duas semanas depois de o presidente Jair Bolsonaro ter declarado que substituiria o superintendente por problemas de produtividade por um delegado de Manaus. O anúncio ocorreu sem o conhecimento da cúpula da Polícia Federal.
Na ocasião, Bolsonaro afirmou que era ele quem mandava na PF. Diante da reação negativa na Polícia Federal, com ameaça até de entrega de cargos, o presidente recuou momentaneamente. Mas, na última quinta-feira, Bolsonaro foi além e ameaçou trocar o diretor da corporação, a quem normalmente compete a troca nos cargos de estrutura da PF.
No mesmo dia da declaração de Bolsonaro, a Polícia Federal divulgou nota afirmando que a troca de Saadi não era relacionada a problemas de produtividade, e sim a um pedido dele, e que o substituto não era de Manaus, mas sim o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, atual superintendente da PF em Pernambuco.
Horas depois, o presidente amenizou o discurso e afirmou que, para ele, "tanto faz" quem assumiria a Superintendência: "Se vier o de Pernambuco, não tem problema, não".
Saadi inicialmente queria ficar em Brasília , perto da família, e manifestou isso à direção. Mas, após a polêmica com o presidente, a decisão foi a de mandá-lo pra missão no exterior.
A corporação optou por mandar Saadi para a Europa no cargo de oficialato de ligação. Nessa função ele trabalharia na Europol, a força de segurança da União Europeia (UE).
O cargo para o qual Saadi foi indicado ainda tem que ser referendado pelo Congresso.