O Globo/LD
ImprimirO presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira que não passaria na Casa a proposta de aumento de alíquota do Imposto de Renda. O presidente Michel Temer admitiu mais cedo que o governo realmente avalia a possibilidade de aumentar a alíquota para pessoas físicas, que poderia chegar a 35%. A medida está em estudo pela equipe econômica do Executivo e poderia impactar mais de de 1,239 milhão de pessoas físicas.
— Se tiver que passar pela Câmara, não passa — disse Maia.
A mudança teria que ser aprovada pelo Congresso. Mas o vice-líder do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP), também já definiu a proposta como "tiro no pé".
— A gente tem que diminuir despesa. Ninguém gosta de aumento de imposto, ainda mais em um país que já tem uma alta carga tributária. Aumentar imposto sobre pessoa física ou jurídica nesse momento é um tiro no pé — afirmou Mansur.
O parlamentar disse ser "muito difícil" que o Congresso aprove uma medida nessa direção. Mansur afirmou que o governo está no "cheque especial", mas precisa buscar fórmulas de reduzir despesas e deixar de gastar mais do que arrecada.
Mais cedo, em São Paulo, Rodrigo Maia participou de evento da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), onde já havia dito que "a sociedade não aguenta mais pagar impostos".
— O Brasil não aguenta mais pagar impostos. O Brasil não aguenta mais a ineficiência do estado brasileiro. O Brasil precisa de todos nós juntos e termos a coragem de reconstruir todos os males feitos nos últimos anos — disse Maia.
Atualmente, a alíquota é calculada de maneira progressiva de acordo com o salário do contribuinte. Em vez de pagar uma porcentagem que incida sobre o total de seu salário, a contribuição é feita por faixas salariais. Por exemplo, um trabalhador que ganhe até R$ 4.664,68 vai ser taxado em três faixas salariais diferentes, pagando assim três alíquotas diferentes sobre a mesma renda.