Sábado, 23 de Novembro de 2024
Política
14/10/2013 09:24:38
Bernal pode perder R$ 67 milhões e não busca bancada por emendas
Procurados pela reportagem, o deputado federal Vander Loubet (PT) e o senador Delcídio do Amaral não retornaram até o fechamento da matéria.

CGNews/AB

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Por falta de projetos e documentação, o prefeito Alcides Bernal (PP) corre o risco de\n perder cerca de R$ 67,5 milhões em investimentos para Campo Grande. O recurso é\n proveniente das emendas emplacadas por parlamentares no Orçamento da União de\n 2013. Ao contrário de outros prefeitos, Bernal também ignorou a bancada federal\n na busca por emendas para acrescentar ao orçamento de 2014.\n \n No ano passado, o deputado federal Luiz Henrique\n Mandetta (DEM) conseguiu emplacar R$ 700 mil para aquisição de uma máquina para\n gerar filmagens de longa metragem. O equipamento, primeiro do Estado, seria\n destinado à Fundação Municipal de Cultura.\n \n “Em fevereiro, fui à prefeitura com o pessoal do\n cinema para conversar sobre o projeto a ser encaminhado para garantir a emenda,\n ficamos duas horas a espera do prefeito e não conseguimos resolver o impasse”,\n relatou Mandetta. Sem o projeto e sem a documentação necessária “para amarrar a\n verba”, ele ficou preocupado e mudou o destino da emenda para a Fundação\n Estadual de Cultura.\n \n “Fui até o Américo Calheiros (secretário\n estadual) e, em pouco tempo, ele encaminhou o projeto, necessário para amarrar\n a emenda e conseguimos o recurso federal”, contou o parlamentar.\n \n De autoria do deputado federal Fábio Trad (PMDB),\n a Capital corre o risco de perder R$ 1,890 milhão para asfaltar os bairros\n Paulo Coelho Machado e Santa Luzia. “Até agora, a prefeitura não mandou projeto\n e nem a documentação, necessária para liberar a emenda”, disse o parlamentar.\n \n Por outro lado, de acordo com a assessoria\n técnica do deputado, 80% das outras prefeituras já encaminharam todo o material\n para assegurar o repasse antes que o ano termine e o orçamento de 2014 entre em vigor. Segundo os\n profissionais, a maioria se apressa em enviar os dados e projeto com medo de\n perder o investimento.\n \n O senador Delcídio do Amaral (PT) e o deputado\n federal Antônio Carlos Biffi (PT) conseguiram emplacar R$ 47 milhões no\n Orçamento da União de 2013 para construir o Hospital Municipal de Campo Grande.\n Até agora, a prefeitura também não apresentou projeto e nem documentação para\n agilizar o processo de liberação do recurso.\n \n Aliado de Bernal, Biffi minimizou o atraso. “Não\n é preciso necessariamente entregar o projeto até o final do ano”, disse. Para\n ele, o mais importante é empenhar a verba. “No Brasil, tem dinheiro para obras,\n mas faltam projetos, porque se gasta um fortuna para elaborá-los. Então, de\n nada adianta fazer a proposta, se, depois, não vamos conseguir empenhar a emenda”,\n justificou.\n \n Também via articulação do petista, por meio do\n Ministério da Educação, Campo Grande corre o risco de perder outros R$ 18\n milhões para construir nove Ceinfs (Centros de Educação Infantil). Neste caso,\n o problema é a falta de terrenos para construir as escolas.\n \n Conforme Biffi, a administração municipal tem até\n 30 de outubro para conseguir uma área com água e luz. “Conversei com o pessoal\n da prefeitura e eles informaram que estão atrás dos terrenos”, relatou o\n parlamentar.\n \n Ao contrário dos colegas de bancada, o deputado\n federal Reinaldo Azambuja (PSDB), deverá conseguir emplacar emenda de R$ 1,3\n milhão para comprar equipamentos a postos de saúde. “O secretário de Saúde\n (Ivandro Fonseca) me procurou, cadastramos o projeto e a proposta vai para\n empenho”, afirmou.\n \n Sem diálogo – O tucano também\n foi o único procurado por Bernal para marcar diálogo a fim de discutir emendas\n ao orçamento da União de 2014. “Há duas semanas, conversei com ele, que\n informou intenção de ir a Brasília para conversar sobre emendas”, relatou.\n \n Por outro lado, os deputados Geraldo Resende\n (PMDB), Akira Otsubo (PMDB), Biffi, Mandetta, Fábio Trad e os senadores\n Waldemir Moka (PMDB) e Rubens Figueiró (PSDB) foram ignorados pelo prefeito e\n receberam no máximo contato de secretários.\n \n “Em média, três prefeitos passam pelo meu\n gabinete em Brasília em busca de recursos, mas até agora o prefeito de Campo\n Grande não me procurou”, contou Moka. “No fim da eleição, me coloquei à\n disposição dele, estou aqui para trabalhar para todos”, completou.\n \n Figueiró também se ofereceu para ajudar Bernal,\n assim que assumiu o lugar de Antônio Russo (PR). “Até agora, ele não me pediu\n nada, mas tenho mantido um relacionamento cordial com ele, porque essa é minha\n obrigação: trabalhar para o Estado, independentemente de partidos ou de facções\n políticas”, comentou.\n \n Sem o sinal da prefeitura, o senador, inclusive,\n vem mantendo contato com instituições para destinar recursos à Capital via\n emendas. “Vou ajudar a Santa Casa e o Hospital do Câncer”, revelou. Da mesma\n forma, estão atuando Mandetta, Geraldo e Fábio Trad. “Não vou deixar Campo\n Grande não mão, vamos destinar verbas a entidades, como à Santa Casa”, citou o\n deputado pelo DEM.\n \n Entre os secretários, Semy Ferraz (Secretaria\n Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) é o que tem mais mantido\n contato com a bancada federal. Ele pediu ajuda pelo menos para Biffi e Moka.\n Fábio Trad, por sua vez, foi procurado pelo Diretor-Presidente da Fundação\n Municipal de Cultura, Julio Cesar Cabral.\n \n Procurados pela reportagem, o deputado federal\n Vander Loubet (PT) e o senador Delcídio do Amaral não retornaram até o\n fechamento da matéria.nbsp;
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