Os\n moradores de Ribas do Rio Pardo – distante a 97 km de Campo Grande, \n cidade onde todos os 11 vereadores foram intimados pela polícia após \n denúncias de que um grupo estaria ‘inflando’ salários com certificados \n fraudulentos, estão inconformados com o escândalo protagonizado pelo \n representantes do povo. \n \n Nas rodas de bate papo, comércio, conveniências e até \n supermercado, as irregularidades são o assunto do dia. Apesar de muitas \n das pessoas ouvidas ter receio de dar declarações a imprensa, todos \n reprovaram comportamento dos vereadores e o abandono em que o poder \n público deixou a cidade após as eleições.\n \n Para Estevão Cohan Filho, 68, que mora em Ribas há 22 anos,a \n cidade está abandonada pelo poder público. “Os vereadores que deveriam \n trabalhar pela gente são tudo gente boa, só que trabalho mesmo eu não \n vejo. Aqui sempre teve escândalo, a polícia é que tem que apurar”, \n afirmou.\n \n A vendedora, Silvana Aparecida Soares de Almeida, 32, disse que \n apesar de não haver uma imprensa diária na cidade, os moradores têm \n acompanhado tudo por um programa de rádio, que o meio de informação na \n cidade. “A gente sabe o que a gente ouve na rádio. Tem muita coisa suja \n ai acontecendo. A maioria desses vereadores era da coligação do \n ex-prefeito. O que a gente pode falar mesmo é que a polícia precisa \n fazer alguma coisa, porque a cidade está uma paradeira só”, reclamou.\n \n Já o vigilante da câmara, João Carlos Siqueira, avalia que a \n Justiça é lenta nesse tipo de julgamento. “O problema é o descrédito que\n se cria nesse tipo de investigação. Uma ação dessas encera quando já \n acabou o mandato do cidadão. Ai fica difícil né?”, declarou.\n \n Os vereadores estão sendo investigados pela polícia e MPE \n (Ministério Público Estadual), por envolvimento em esquema dos \n certificados que estariam sendo utilizado para dobrar seus salários. \n Também por uma possível contratação de servidores fantasmas, as relações\n comerciais ilícitas da câmara com empresas e até licitações e \n constatação de assessoria jurídica irregulares.