Agência Brasil/PCS
ImprimirO presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje (4) que o banco pode abrir informações sobre empréstimos para empresas brasileiras que atuam em Angola e Cuba.
“Estamos em processo, com autorização do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, de revisita da classificação específica das operações com Angola e Cuba”, informou Coutinho, após participar da abertura da Feira Internacional do Plástico (Feiplastic), na zona norte da capital paulista.
Segundo ele, o BNDES estuda formas de dar mais transparência às operações da instituição. “Queremos adotar as práticas mais avançadas de transparência”, destacou. Luciano Coutinho descartou a possibilidade de a instituição liberar crédito sob influência externa.
“A hipótese é infundada, por causa dos processos impessoais e técnicos de avaliação, da decisão colegiada em todas as instâncias e avaliação dos riscos e das garantias em quaisquer empréstimo do BNDES. É absolutamente impossível qualquer forma de ingerência política no processo decisório”, afirmou.
A afirmação do presidente do BNDES foi feita em resposta às acusações de que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha interferido nos processos do banco em benefício da empreiteira Odebrecht, multinacional brasileira que opera em Angola e Cuba.
De acordo com Luciano Coutinho, existem empecilhos para divulgação irrestrita desse tipo de dados. “As agências de crédito do mundo inteiro não detalham as informações projeto a projeto, porque, muitas vezes, isso envolve segredo comercial”, acrescentou.
O presidente do BNDES também confirmou que os aportes do Tesouro Nacional na instituição serão consideravelmente menores este ano, devido ao ajuste fiscal. “Não exerceremos pressão sobre a dívida pública. Isso é uma premissa”, esclareceu.
Coutinho disse não acreditar que o banco passará por dificuldades. "Estamos buscando oportunidades para captar crédito em condições favoráveis. Temos de esperar acalmar mais o mercado europeu. Isso vai elevar as oportunidades.”