Sábado, 23 de Novembro de 2024
Política
14/09/2015 10:38:00
Delatores envolvidos em esquema de propina doaram R$ 3,3 milhões a Delcídio

Correio do Estado/AB

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O temor do senador Delcídio do Amaral (PT) na confirmação do envolvimento dele em esquema de desvio de dinheiro da Petrobras para políticos deve ser intensificado nos próximos dias. Isso porque além de Nestor Cerveró, novas delações de diretores das empreiteiras Camargo Corrêa e UTC Engenharia ocorrerão nas próximas semanas. Nesses depoimentos, o nome de Delcídio deve aparecer como um dos beneficiados do Petrolão.

Nas últimas duas campanhas eleitorais, na de 2010 como candidato ao Senado e no ano passado como candidato ao Governo do Estado, Delcídio do Amaral recebeu R$ 3,3 milhões em doações de campanha apenas das duas empresas.

Na campanha de 2010, o petista recebeu R$ 1 milhão em doação. Cada empresa, UTC e Camargo Corrêa, destinou R$ 500 mil para Delcídio.

No ano passado, a UTC Engenharia fez uma série de doações ao candidato ao Governo que saiu derrotado. Ao todo, foram 10 doações que somaram um total de R$ 2,3 milhões.

Os diretores das duas empresas, que possuem fortes relações com Delcídio, farão delação premiada à força-tarefa de Curitiba, que coordena as investigações da Operação Lava Jato.

CONFIRMAÇÃO

Neste sábado, a Revista Época revelou delação do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que confirmou envolvimento de Delcídio no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.

Delcídio foi um dos beneficiados com a distribuição de US$ 15 milhões de propina da compra da sucateada refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos. A revelação foi do ex-diretor da Petrobras e ex-auxiliar do senador petista Nestor Ceveró, aos procuradores da força-tarefa em Curitiba e da equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

As negociações da divisão do bolo de propina da BR foram feitas num quarto de hotel no Rio. Segundo a revista Época — que teve acesso aos depoimentos de Cerveró —, no fim de 2010, após as eleições daquele ano, ocorreu jantar no Hotel Windsor Leme, no Rio de Janeiro, no quarto onde estava hospedado Pedro Paulo Leoni Ramos, operador do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), envolvido na Lava Jato.

De acordo com relato de Cerveró, participaram dessa reunião o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), Delcídio do Amaral e três diretores da BR. Nesse jantar, segundo Cerveró, ficou estabelecida a divisão das propinas da BR de acordo com o interesse de cada partido ou político.

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