CE/PCS
ImprimirSegue no rol de inadimplentes por não quitar dívidas de empréstimos que superam a casa dos R$ 2 milhões o candidato à reeleição e deputado estadual Maurício Picarelli, do PSDB. No oitavo mandato, desde 1987, o parlamentar foi ainda citado na Lama Asfáltica, operação da Polícia Federal que investigou esquema de corrupção envolvendo empresários, servidores e políticos.
O deputado foi acionado judicialmente em três casos de cheques sem fundos. Num deles, o autor da ação, Celso Eder Gonzaga de Araújo disse ter emprestado uma quantia ao parlamentar que lhe passou a soma de R$ 1.585.390,06, dividida em quatro cheques.
Ocorre que, segundo o advogado de Celso, Rafael Antônio Sacaini, os cheques não tinham fundos e o caso foi parar na Justiça.
Antes, o advogado tentou um acordo extrajudicial por meio de citação por cartório, mas sem êxito. Daí, a questão foi parar na 16ª Vara Cível de Campo Grande.
Desde julho passado, a Justiça determinou que o deputado pagasse a Celso R$ 1,6 milhão, quantia já reajustada pelos juros.
No entanto, até agora, dois meses depois, o deputado ainda não foi citado judicialmente. O advogado crê que a demora tenha a ver com a campanha eleitoral.
Ainda na 16ª Vara, um empresário cobra R$ 300 mil do deputado também por emissão de cheque sem fundo.
Já na 14ª Vara Cível de Campo Grande, corre contra o Picarelli um processo por cheque sem fundo em que um trabalhador autônomo da cidade cobra R$ 287 mil do parlamentar.
Em junho de 2015, ele emprestou R$ 180 mil ao deputado e, pelo combinado, receberia a conta em parcelas mensais.
“... com promessa de pagamento em 36 (trinta e seis) parcelas iguais de “R$ 5.000,00” (cinco mil reais) cada parcela, com inicio de pagamento da 1ª (primeira) parcela em julho/2015 e a última em junho/2018.
Ocorre que o Requerido [Picarelli], pagou apenas 09 (nove) parcelas vencidas, sendo elas: julho/2015, agosto/2015, setembro/2015, outubro/2015, novembro/2015, dezembro/2015, janeiro/2016, fevereiro/2016 e março/2016, ficando inadimplente em 27 parcelas, quais sejam: de abril/2016 a junho/2018”, diz trecho do processo.
Uma das advogadas do autor da ação monitória não quis comentar o caso, que ainda corre na Justiça, sem solução.
LAMA ASFÁLTICA
Deflagrada em julho de 2013, a operação Lama Asfáltica, a que motivou a prisão do ex-governador André Puccinelli (MDB), destaca o parlamentar num diálogo grampeado por força judicial que envolvera Elza Cristina, sócia de João Amorim, empreiteiro também preso por participação num esquema de fraude em licitação.
De acordo com a PF, Elza conversa primeiro, por telefone, com o deputado e diz que o diálogo estava acontecendo a pedido de um “doutor Nelson”. Os dois marcam um encontro, mas quem vai é a chefe de gabinete do parlamentar, Márcia Regina.
Antes de se verem as duas conversam pelo telefone. Márcia pergunta a Elza se ela iria lhe entregar “os ingressos”. Elza diz que sim e que tratava-se de “ingressos de circo”. Elas se veem rapidamente no estacionamento da Unimed, no Jardim dos Estados. Elza entrega a Márcia, segundo inquérito da PF, “um pacote com dinheiro dentro” e vai embora.