Domingo, 20 de Abril de 2025
Política
17/06/2015 10:32:00
Deputados estaduais gastam quase R$ 500 mil de combustível em cinco meses

O Estado/PCS

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Foto: ALMS

Nos cinco primeiros meses deste ano, os 24 deputados estaduais de Mato Grosso do Sul gastaram juntos R$ 497.113,79 em combustíveis e lubrificantes, conforme informado no Portal da Transparência da Assembleia.

Com o valor, seria possível comprar 152 mil litros de gasolina ao valor médio de R$ 3,26 por litro, segundo a última média mensal do preço do combustível apurada pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), e rodar 1,67 milhão de quilômetros em um carro com consumo de 11 quilômetros por litro.

Entre os que mais gastaram com tais insumos está o deputado Cabo Almi (PT), que tem base eleitoral em Campo Grande. Para justificar a despesa de R$ 36.534,40, Almi declarou que, além de viajar muito, ajuda os eleitores que precisam de combustível para fazer “mudanças” ou “vir para Capital”. “Eu viajo às vezes para o interior, mas ando muito em Campo Grande, que é minha base eleitoral. Mas ajudo muito as pessoas do interior que me procuram e que precisam de combustível para fazer mudança e principalmente vir ao médico na Capital. Muitas vezes, essas pessoas não têm como vir se tratar e, ao me procurar para pedir ajuda, eu dou a gasolina”, disse Almi.

O deputado ainda afirmou ter “ciência” de estar dentro da cota permitida para o uso com combustível, que é 30% da cota para exercício para atividade parlamentar –a verba indenizatória, de R$ 27,5 mil mensais.

Primeiro-secretário da Assembleia gastou R$ 36,2 mil com combustíveis

Outro campeão de gastos de combustíveis é o primeiro-secretário da Assembleia, Zé Teixeira (DEM), que tem declaradas despesas totais de R$ 36.249 em combustíveis e lubrificantes nos cinco primeiros meses do ano. Com esse valor, seria possível comprar 11.120 litros de gasolina a preços atuais. Supondo que o deputado use um veículo que faça em média 11 quilômetros por litro, teria combustível suficiente para ir de Campo Grande até sua base eleitoral em Dourados –a 228 km da Capital– pelo menos 536 vezes. Procurado pela reportagem, o deputado não quis se pronunciar.

Com gastos de R$ 32.215,69 em combustíveis e lubrificantes, o presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB), disse a O Estado que os valores estão corretos e dentro do limite do ressarcimento da cota do exercício parlamentar.

“O parlamentar tem um ressarcimento de até 30% do valor da cota total em combustíveis, e estando nesse limite a responsabilidade é dele. Apresentando a nota fiscal, nós fazemos o controle”, ponderou Mochi sobre o valor, segundo ele, de pouco mais de R$ 8 mil da cota de R$ 27,5 mil que cada parlamentar tem para “tocar o mandato”.

‘Econômico’, deputado já projeta aumento em gasto

Se por um lado deputados estaduais declararam despesas com combustíveis e lubrificantes dignas de “Opalões”, também houve os econômicos da Assembleia. É o caso do petista Amarildo Cruz, que em cinco meses declarou gastos de R$ 3.210,79, sendo o parlamentar que menos pediu ressarcimento no item de combustíveis.

“Na verdade eu tenho muito gasto de combustível, que acaba não entrando na minha cota. Toda a semana saio, geralmente toda quinta-feira, e vou para minha base, que não é aqui. Se pegar meus votos, vai ver que a maioria é do interior, principalmente da região de Bataguassu, Anaurilândia, Santa Rita e Brasilândia. Sou oriundo dessa região, então tenho muito gasto de combustível”, explicou ele que, no entanto, quer aumentar o pedido de ressarcimento.

“Quero discutir e diminuir os valores de um dos contratos, e isso irá implicar na diminuição das pessoas que eu tenho a minha disposição, mas será necessário para poder acomodar as minhas notas de combustível. Eu tenho ficado fora da minha cota, eu tenho gastado mais e não tenho tido direito de ter a restituição nesse sentido, e eu quero que caiba pelo menos o combustível. Quero fazer essa adequação para poder colocar o valor efetivo que eu gasto de combustível”.

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