\n \n A presidente\n Dilma Rousseff inaugura nesta terça-feira a 68ª Assembleia Geral das Nações\n Unidas com um esperado discurso sobre o caso de espionagem internacional dos\n Estados Unidos, da qual foi alvo e motivou a suspensão de sua visita oficial a\n Washington.\n \n Horas antes\n de discursar para mais de 130 líderes mundiais entre eles o próprio Barack\n Obama - reunidos na sede da ONU, em Nova York, Dilma se encontrou com a\n presidente argentina, Cristina Kirchner, para analisar a espionagem americana e\n outros temas.\n \n "É\n pública e notória a situação que envolve os Estados Unidos com espionagem.\n Assim, esperamos o discurso com atenção", disse Kirchner, após ser\n recebida por Dilma no Hotel St. Regis, que hospeda a líder brasileira em Nova\n York. "A condenação e a atitude da presidenta é de dignidade e respeito à\n soberania do país. Ela, Dilma, não se viu afetada como pessoa, mas como\n presidenta de seu país", destacou Kirchner.\n \n O escândalo\n de espionagem motivou o cancelamento da visita de Estado que Dilma faria a Washington\n a partir de 23 de outubro.\n \n Dilma fará o\n discurso inaugural da Assembleia Geral da ONU, como manda a tradição, após as\n palavras iniciais do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.\n \n A presidente\n brasileira também se reuniu nesta segunda-feira, no St. Regis, com o\n ex-presidente americano Bill Clinton, mas não foram divulgados detalhes sobre a\n conversa.\n \n Documentos\n vazados pelo ex-consultor de Inteligência Edward Snowden e publicados na\n imprensa revelam que a Agência Nacional de Segurança (NSA) espionou\n comunicações de Dilma, de membros do seu gabinete e da Petrobras. O esquema de\n espionagem americano afetou vários governos latino-americanos e, certamente,\n será um ponto de consenso nos discursos dos líderes regionais em Nova York.\n \n "Espionagem\n acredito que todos sofremos, alguns mais explicitamente que outros",\n assinalou Cristina Kirchner, destacando que "tais atitudes afetam a\n dignidade de toda a região". Kirchner se referia ao episódio envolvendo o\n presidente boliviano, Evo Morales, que teve o espaço aéreo fechado para seu\n avião sobre França, Itália, Espanha e Portugal, em julho passado, diante da\n suspeita de que levada Snowden a bordo.\n \n A presidente\n argentina também evocou o recente problema denunciado pelo líder venezuelano,\n Nicolás Maduro, que teve o acesso negado pelos EUA ao espaço aéreo de Porto\n Rico, decisão revogada posteriormente.\n \n A Venezuela\n pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "garantias" para que\n Maduro e sua comitiva serão "respeitados" pelos Estados Unidos por\n ocasião da Assembleia Geral, após o incidente do espaço aéreo, na quinta-feira\n passada.\n \n \n