\n \n A disputa por território entre Chapadão do Sul e Paraíso das Águas\n parou na Assembleia Legislativa e divide parlamentares. Alegando acordo verbal,\n a classe política de Chapadão quer de volta área doada ao vizinho na época da\n emancipação. Graças à medida, Paraíso conseguiu número suficiente de eleitores\n e virou município.\n \n Relator do projeto que autoriza a devolução do território, o\n deputado Marquinhos Trad (PMDB) apresentou, nesta terça-feira (16) na reunião\n da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), parecer contrário à matéria.\n Segundo ele, para a proposta ser constitucional é preciso ouvir a população dos\n dois municípios por meio de plebiscito.\n \n Integrante da CCJ, o deputado Lídio Lopes (PP) também manifestou\n posição contrária ao projeto de redivisão de linhas territoriais. Para ele, se\n devolver a área, Paraíso precisa voltar a ser distrito. \n \n “Caso contrário, corremos o risco de desmoralizar a Assembleia”, alertou.\n “Vamos dizer amém a um combinado para burlar a lei”, explicou o parlamentar,\n fazendo menção ao suposto acordo verbal de “empréstimo” de área. \n \n Autor do projeto, o deputado Paulo Corrêa (PR) entende que\n “palavra dada precisa ser cumprida”. “Se ficou combinada a devolução, é preciso\n ser efetivada”, defendeu. Ele explicou ainda que decidiu apresentar a proposta\n após ouvir a população dos municípios em audiência pública.\n \n Indagado sobre a teoria de Lídio Lopes de concordar com manobra\n para possibilitar a criação do município, ele lembrou que, quando aprovou a\n emancipação de Paraíso, a Assembleia não observou que menos de 50% dos\n municípios de Chapadão, Água Clara e Costa Rica, detentores de parte de\n território do então distrito, validaram a criação da nova cidade.\n \n Neste sentido, Corrêa alertou que, de qualquer forma, a\n emancipação de Paraíso das Águas corre riscos. “Chapadão não desistirá de lutar\n por seu território”, adiantou.\n \n Na reunião da CCJ desta terça-feira, o deputado Márcio Fernandes\n (PTdoB) pediu vistas e adiou a discussão na Assembleia pelo menos por mais uma\n semana. Pouco antes, o deputado Márcio Monteiro (PSDB) votou com o relator pela\n não tramitação do projeto.\n \n Segundo Marquinhos, a disputa pelo território se acirrou após\n instalação de usina de álcool na área alvo da briga. “Em 2001, na época do\n debate sobre emancipação, o território era ocupado por assentamentos, depois,\n uma usina abriu às portas na região e vem gerando receita”, explicou.\n \n \n