G1/LD
ImprimirO embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo de Jair Bolsonaro precisa adotar políticas públicas que expliquem melhor à comunidade internacional as intenções da nova gestão nas áreas de direitos humanos e clima.
Witschel deu a declaração no Palácio do Planalto, após se reunir o presidente em exercício Hamilton Mourão.
Vice-presidente da República, Mourão assumiu o comando do país porque Bolsonaro está na Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial.
"Acho que é importante que o governo faça uma política pública que explique as intenções, as reformas e também explique que os direitos humanos, a luta contra a mudança climática continuará. Estou otimista, mas temos afazeres juntos", afirmou o embaixador.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro, primeiro, disse que tiraria o Brasil do Acordo do Clima de Paris se fosse eleito. Depois, voltou atrás e, posteriormente, afirmou que só vai sair se o acordo não for alterado. O tratado internacional visa a redução da emissão de gases do efeito estufa.
Também na campanha, Bolsonaro afirmou que o criminoso não é um "ser humano normal" e defendeu policiais que 'matarem 10, 15 ou 20'.
Witschel disse que a conversa com Mourão se concentrou em questões climáticas. Ele explicou ao presidente em exercício que o portfólio de cooperação entre os dois países envolve cerca de € 1,5 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões). Parte dos recursos, disse, é destinada ao Fundo Amazônia, por exemplo.
'Preocupação' da sociedade alemã
Segundo o Georg Witschel, a reputação do Brasil no exterior preocupa e é preciso trabalhar para melhorar a imagem do país junto à sociedade alemã e a de outros países da Europa.
"Temos, por outro lado, na imprensa, em partes da sociedade alemã, uma reputação do Brasil que pode ser meio errada. Então queremos também cooperar a fim de melhorar esta reputação", disse.
“Há uma preocupação em partes da nossa sociedade, com muitas mídias. O que nós queremos é cooperar e medir o novo governo segundo os atos, segundo os fatos e não segundo os tweetes as palavras durante a campanha”, afirmou.
O embaixador declarou que há uma apreensão sobre um eventual término da "luta contra a mudança do clima", o que resulta em uma "opinião pública bastante crítica". Também a preocupação em relação aos direitos humanos, segundo Witschel.