G1/LD
ImprimirO ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), e quatro ex-secretários são alvos da 5ª fase da Operação Sodoma, realizada na manhã desta terça-feira (14) pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública. De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos são investigados em fraudes de licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos com uma empresa de informática e um posto de combustível. Silval Barbosa já está preso em cumprimento a um mandado de prisão anterior, também na operação Sodoma, desde setembro de 2015. O ex-governador está preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).
Os alvos dos mandados de prisão são: Valdisio Juliano Viriato (ex-secretário-adjunto de Transportes, Francisco Anis Faiad (ex-secretário de Administração), Silval da Cunha Barbosa, Sílvio César Corrêa Araujo (ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa), José Jesus Nunes Cordeiro (e ex-secretário adjunto de Administração).
Em nota, a defesa do ex-governador declarou que ainda não teve ainda acesso a íntegra da decisão que decretou a quinta prisão, dos quais duas já foram revogadas, uma pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e outra pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
"Todavia, se trata de mais uma prisão ilegal na linha do que já foi decidido pelo STF na primeira fase da Sodoma. Os fatos investigados guardam relação com a função que ele exercia e o fato de estar afastado do cargo há mais de dois anos já impediria qualquer argumento de garantia da ordem pública e da instrução criminal, além de faltar contemporaneidade para um novo decreto prisional", diz a defesa.
A Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), declarou que está acompanhando Faiad na delegacia. Francisco Faiad é ex-presidente da OAB. O G1 ainda não localizou os advogados dos outros suspeitos.
Segundo a Polícia Civil, as duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do governo de Mato Grosso por meio de licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado, as empresas fizeram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 7 milhões.
A 5ª fase da Operação Sodoma investiga desvio de dinheiro público e pagamento de propinas, realizados pelos representantes das empresas em benefício de uma suposta organização comandada pelo ex-governador, Silva Barbosa.
A investigação deve cumprir cinco mandados de prisão preventiva, nove de condução coercitiva e nove de busca e apreensão domiciliar em Mato Grosso, Santa Catarina e Distrito Federal.
Conforme investigação da Polícia Civil, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (SAD) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).