Sábado, 23 de Novembro de 2024
Política
09/07/2018 15:11:00
Governo assina acordo de leniência, e Odebrecht terá de devolver R$ 2,7 bilhões, informa AGU

G1/LD

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A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta segunda-feira (9) que o governo federal assinou um acordo de leniência com a construtora Odebrecht.

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a empresa terá de devolver aos cofres públicos R$ 2,7 bilhões, em até 22 anos.

Nesse tipo de acordo, a empresa reconhece os danos causados à administração federal por meio de práticas de corrupção e se compromete a reparar os danos causados, além de colaborar com as investigações.

O acordo com a Odebrecht, informou a AGU, é relacionado a "desvios de recursos da União e de empresas estatais federais".

Segundo a advocacia-geral, o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) também assinou o acordo.

Em 2016, a Odebrecht fechou acordo de leniência com os governos dos Estados Unidos e da Suíça.

No acordo, a construtora admitiu ter pago mais de US$ 1 bilhão em propina em 12 países.

Até o momento, a AGU já firmou acordos com outras 4 empresas, com ressarcimento de R$ 636 milhões.

Há outros 9 processos de negociação, com previsão de retorno de R$ 10 bilhões aos cofres públicos.

Delações de executivos

No ano passado, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, homologou as delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.

Com base nos depoimentos dos delatores, o relator da Lava Jato, Edson Fachin, autorizou à época a abertura de 76 inquéritos para investigar políticos citados.

Um dos executivos que fecharam acordo de delação, o ex-presidente da construtora Marcelo Odebecht ficou preso por mais de dois anos e foi solto em dezembro do ano passado.

Condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Marcelo Odebrecht – pelo acordo – teve de pagar uma multa de cerca de R$ 73 milhões e, assim, a pena dele caiu de 31 anos de prisão em regime fechado para 10 anos, com progressões de regime.

Em março deste ano, porém, a Procuradoria Geral da República (PGR) cobrou R$ 63 milhões do executivo, argumentando que ele havia depositado valor abaixo do estipulado.

Na ocasião, a defesa de Marcelo Odebrecht afirmou que ele "sempre esteve à disposição da PGR" para discutir temas relativos à delação.

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