Política
17/09/2013 06:43:02
Governo e base aliada fecham acordo para manter multa do FGTS
Dinheiro vai para futuro aposentado que não for beneficiário do Minha Casa. Por ano, multa rende R$ 3,2 bi a governo; Congresso vota veto nesta terça.
G1/PCS
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\n \n Em\n um esforço para manter em vigor a multa adicional para empregadores de 10%\n sobre o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em demissões sem\n justa causa, o governo federal fechou um acordo com líderes da base governista\n que vai assegurar compensações para os trabalhadores. O tema está na pauta\n desta terça (17) do Congresso, quando deputados e senadores se reúnem para\n votar 95 vetos da presidente Dilma Rousseff.\n \n Em\n troca da manutenção do veto que deu sobrevida à multa, o Planalto se\n comprometeu a enviar ao Congresso, ainda nesta terça, um projeto de lei que\n prevê a devolução do dinheiro da multa ao trabalhador demitido sem justa causa\n no momento em que ele se aposentar. O dinheiro, no entanto, só ficará\n disponível se o trabalhador não adquirir imóvel pelo Minha Casa, Minha Vida.\n \n Atualmente,\n a multa rende ao governo R$ 3,2 bilhões por ano, destinados ao programa\n habitacional.\n \n A\n contrapartida do governo para manter o veto foi elaborada a partir de uma\n sugestão do líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ). Em reunião\n com Dilma no dia 9, o peemedebista sugeriu que o governo mantivesse\n indeterminadamente a cobrança da multa, desde que o dinheiro fosse repassado\n aos trabalhadores no momento da aposentadoria.\n \n A\n proposta de Cunha, contudo, não previa a restrição aos empregados que tivessem\n recebido subsídio do programa habitacional do governo federal. A medida foi\n elaborada pelo Planalto.\n \n Nesta\n segunda (16), líderes da base aliada se reuniram na Casa Civil para ajustar o texto\n do projeto, que terá apenas três artigos. A proposta determina ainda que só\n poderão solicitar o dinheiro da multa cobrada dos empregadores quem foi\n demitido a partir da data em que a lei entrar em vigor.\n \n Autor\n da proposta que deu origem ao acordo, Cunha disse ao G1 que irá orientar\n os 81 deputados de sua bancada a votarem contra a derrubada do veto.\n \n "Eu\n vou trabalhar para manter [o veto]. Eu fiz a proposta, a tese é minha",\n ressaltou o líder do PMDB.\n \n Reuniões
\n Na última semana, a presidente da República teve reuniões com líderes da base\n aliada na Câmara e no Senado para pedir que o veto ao projeto do FGTS seja\n mantido. Para o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), a conversa dos\n parlamentares com Dilma serviu para que fossem solucionadas controvérsias.\n \n "No\n Congresso nada é tão tranquilo, mas acredito que há uma compreensão [para\n manter veto]. [...] As controvérsias que havia foram solucionadas na reunião\n com Dilma", disse Dias. Segundo o líder, os outros seis projetos vetados\n são menos polêmicos e devem ser mantidos.\n \n A\n ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou na última quarta,\n após o que ela chamou de "visita de cortesia ao presidente do Senado,\n Renan Calheiros (PMDB-AL), que vê "grandes as probabilidades" de o\n Congresso manter em vigor a multa adicional de 10% sobre o saldo do FGTS nas\n demissões sem justa causa.\n \n "Pelas\n reuniões feitas com a presidenta e os líderes [...], estou convencida de que\n temos grandes probabilidades de termos no dia 17 a manutenção dos vetos",\n disse Ideli.\n \n O\n veto à multa do FGTS estava previsto para ser votado na última sessão conjunta\n do Congresso Nacional, em 20 de agosto. Mas, após acordo com o governo, líderes\n de partidos da base governista e da oposição na Câmara e no Senado decidiram\n retirar o item da pauta para que houvesse mais tempo de costurar um acordo\n sobre o tema. Naquela sessão, foram mantidos os vetos a dispositivos do Ato\n Médico e do Fundo de Participação dos Estados.\n \n Mínimo de votos
\n Para que um veto seja derrubado, é necessário que as duas casas legislativas\n votem contrariamente à posição da Presidência da República. Se somente a\n Câmara, por exemplo, decide rejeitar um veto e o Senado mantiver, fica valendo\n o texto definido pela presidente.\n \n Para\n a derrubada de um veto, são necessários ao menos 257 votos na Câmara e 41 no\n Senado.\n \n Além\n do veto que garante a manutenção da multa do FGTS, serão analisados\n dispositivos vetados no Estatuto da Juventude, como o que acaba com a\n possibilidade de meia-passagem de transporte interestadual para estudantes.\n \n Outros\n projetos com vetos dispõem sobre a carreira de papiloscopista, cargos da\n Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sobre a\n anistia para trabalhadores demitidos dos Correios.\n \n Serão\n apreciados, ainda, vetos a trechos da proposta que pune empresas corruptoras e\n 85 itens vetados na medida provisória 610, que trata da desoneração da folha de\n pagamento de mais de dez setores.\n \n \n
\n Na última semana, a presidente da República teve reuniões com líderes da base\n aliada na Câmara e no Senado para pedir que o veto ao projeto do FGTS seja\n mantido. Para o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), a conversa dos\n parlamentares com Dilma serviu para que fossem solucionadas controvérsias.\n \n "No\n Congresso nada é tão tranquilo, mas acredito que há uma compreensão [para\n manter veto]. [...] As controvérsias que havia foram solucionadas na reunião\n com Dilma", disse Dias. Segundo o líder, os outros seis projetos vetados\n são menos polêmicos e devem ser mantidos.\n \n A\n ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou na última quarta,\n após o que ela chamou de "visita de cortesia ao presidente do Senado,\n Renan Calheiros (PMDB-AL), que vê "grandes as probabilidades" de o\n Congresso manter em vigor a multa adicional de 10% sobre o saldo do FGTS nas\n demissões sem justa causa.\n \n "Pelas\n reuniões feitas com a presidenta e os líderes [...], estou convencida de que\n temos grandes probabilidades de termos no dia 17 a manutenção dos vetos",\n disse Ideli.\n \n O\n veto à multa do FGTS estava previsto para ser votado na última sessão conjunta\n do Congresso Nacional, em 20 de agosto. Mas, após acordo com o governo, líderes\n de partidos da base governista e da oposição na Câmara e no Senado decidiram\n retirar o item da pauta para que houvesse mais tempo de costurar um acordo\n sobre o tema. Naquela sessão, foram mantidos os vetos a dispositivos do Ato\n Médico e do Fundo de Participação dos Estados.\n \n Mínimo de votos
\n Para que um veto seja derrubado, é necessário que as duas casas legislativas\n votem contrariamente à posição da Presidência da República. Se somente a\n Câmara, por exemplo, decide rejeitar um veto e o Senado mantiver, fica valendo\n o texto definido pela presidente.\n \n Para\n a derrubada de um veto, são necessários ao menos 257 votos na Câmara e 41 no\n Senado.\n \n Além\n do veto que garante a manutenção da multa do FGTS, serão analisados\n dispositivos vetados no Estatuto da Juventude, como o que acaba com a\n possibilidade de meia-passagem de transporte interestadual para estudantes.\n \n Outros\n projetos com vetos dispõem sobre a carreira de papiloscopista, cargos da\n Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sobre a\n anistia para trabalhadores demitidos dos Correios.\n \n Serão\n apreciados, ainda, vetos a trechos da proposta que pune empresas corruptoras e\n 85 itens vetados na medida provisória 610, que trata da desoneração da folha de\n pagamento de mais de dez setores.\n \n \n
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