“Encontramos um caos, uma herança que não conseguimos resolver em 70 dias”, resumiu, na manhã desta segunda-feira (2), o governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), quando questionado sobre denúncias de problemas nas áreas de saúde e segurança pública em Mato Grosso do Sul.

A tal herança inclui, segundo o governador, aparelhos hospitalares encaixotados há anos e quase 1 mil viaturas policiais baixadas, ou seja, fora de uso por falta de manutenção. Problemas recorrentes em sucessões governamentais, já que pelo menos um dos problemas apontados pelo atual chefe do Executivo era, também, alvo de reclamação por parte do antecessor, André Puccinelli (PMDB).

Reinaldo foi questionado sobre aparelhos de UTIs Neonatais encontrados expostos à chuva e sol em um almoxarifado da Secretaria Estadual de Saúde. “Tem que perguntar para o governo anterior, porque foram vários equipamentos, como de mamografia e ressonância, encontrados na caixa e que estão lá há pelo menos cinco anos”, emendou o governador, ao deixar agenda pública no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, nesta manhã.

Em seguida, a pergunta foi sobre a falta de viaturas para o Batalhão de Choque da Polícia Militar, conforme reportagem retratada pelo Jornal Midiamax no dia 27 de fevereiro. “Há realmente este problema”, admitiu Reinaldo.

Segundo o governador, a atual gestão encontrou em torno de 800 viaturas paradas e, desde que assumiu, determinou a reforma de 274. Além disso, o governo tucano avalia a possibilidade de locar veículos para suprir demandas mais emergenciais das forças de segurança. “Conversei com o secretário de Segurança Pública (Sílvio Maluf) para talvez terceirizar as viaturas e atender esta demanda”, detalha Reinaldo.

No caso das viaturas policiais, Puccinelli teria deixado ao sucessor o mesmo problema que alega ter encontrado quando assumiu o primeiro mandato, em 2007. Para atacar o PT, inclusive em discursos eleitorais, o peemedebista reclamava de ter encontrado 300 veículos “no cavalete” deixados pela gestão de Zeca.

O atual governo diz que prepara um levantamento sobre a situação encontrada na administração pública estadual. Por várias ocasiões, o tucano reclamou publicamente da gestão peemedebista, no que se refere às contas e obras inacabadas, por exemplo.