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ImprimirO juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, condenou por lavagem de dinheiro o ex-deputado federal pelo PT André Vargas, o irmão dele, Leon Vargas, o empresário Marcelo Simões e a ex-contadora de Alberto Youssef, Meire Poza.
A sentença é de sexta-feira (17). Segundo Moro, eles ocultaram quase R$ 2,4 milhões oriundos de um contrato entre a Caixa Econômica Federal e a empresa IT7 Sistemas, de Pinhais, na Região de Curitiba.
Veja abaixo abaixo os detalhes da condenação de cada um:
-André Vargas: condenado a seis anos de prisão em regime inicial fechado;
-Leon Vargas: condenado a cinco anos de prisão em regime inicial semiaberto;
-Marcelo Simões: condenado a cinco anos e quatro meses, em regime inicial fechado;
-Meire Poza: condenada a dois anos e três meses de prisão em regime inicial aberto. A pena dela foi substituída por prestação de serviços e pagamento de multa.
Vargas foi preso na 11ª fase da Lava Jato, em abril de 2015, e, atualmente, está no Complexo-Médico Penal (CMP) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Essa é a terceira condenação na primeira instância dele na Lava Jato - em uma delas, a sentença foi reformada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a segunda instância.
O irmão também está preso no mesmo lugar, desde fevereiro deste ano.
Durante a sentença, Moro também reforçou que André Vargas recebeu propina não só quando era deputado federal, mas também quando estava no cargo de vice-presidente da Câmara, entre 2013 e 2014.
"A responsabilidade de um Vice-Presidente da Câmara é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes", escreveu Moro na sentença.
A defesa de André Vargas afirmou que reitera a inocência dele e que os fatos do processo não têm nenhuma relação com ele. Disse, ainda, que vai recorrer da condenação. A defesa de Leon Vargas também informou que vai recorrer da sentença, que considerou "injusta e exagerada".
A defesa de Meire Poza disse que a sentença reconhece que a cliente teve papel importante de colaboração nas investigações. O G1 tenta contato com a defesa de Marcelo Simões.
Entenda a denúncia
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), André Vargas interveio junto à Caixa Econômica Federal, através da sua influência política, para que a empresa IT7 Sistemas, de Marcelo Simões, fosse contratatada para fornecimento de software e para prestação de serviços de informática.
Em troca, conforme a denúncia, quase R$ 2,4 milhões foram repassados de forma dissimulada, por meio de notas fiscais fictícias, para empresas vinculadas a Meire Pozza.
Ainda de acordo com o MPF, o dinheiro foi entregue em espécie para o doleiro Alberto Youssef, que se encarregou de repassá-lo, diretamente e também com a intermediação do braço direito dele, Rafael Ângulo Lopez, a André Vargas, em Brasília.
Por fim, ainda segundo a denúncia, um contrato de prestação de serviços entre a IT7 e Leon Vargas também foi falsificado para dar ao repasse a aparência de lícito.