Sexta-Feira, 22 de Novembro de 2024
Política
04/01/2019 14:48:00
Maia defende fim da regra de transição caso governo adote idade mínima para aposentadoria menor

G1/LD

Imprimir

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira (4), em São Paulo, que, caso o governo proponha uma diminuição na idade mínima para aposentadoria, a regra de transição deve ser extinta. A regra mantida na atual versão da proposta permite que algumas pessoas se aposentem antes da idade mínima estabelecida.

Nesta quinta (3), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que seu governo pretende estabelecer de forma gradativa idade mínima para aposentadoria de 62 anos para homens e 57 para mulheres.

O projeto do governo Michel Temer (MDB) previa idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, mas foi alterado posteriormente pela comissão especial que analisou o projeto na Câmara e estabeleceu 65 anos para homens e 62 para mulheres.

Questionado sobre a declaração de Bolsonaro, Maia afirmou que vai aguardar a proposta ser encaminhada para a Câmara.

"Vou aguardar a proposta final, não vou ficar tratando de partes, mas o que temos que entender é que a expectativa de vida no Brasil já passou dos 74 anos e vai continuar crescendo. Qual é a idade? Não sei. Mas acho que, se for reduzir em relação aos 65 anos, então não pode ter transição. Idade mínima menor, sem transição. Pode ser uma alternativa 60 anos sem transição", afirmou.

Maia, que tenta a reeleição na presidência da Câmara, deu a declaração à imprensa após reunião em São Paulo com o governador João Doria (PSDB) e seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), para tratar sobre a reforma da Previdência.

O deputado defendeu que a aprovação do projeto é essencial para a retomada do crescimento do país. "Ou nós organizamos as despesas do governo federal ou o Brasil não tem saída para voltar a gerar emprego", afirmou.

"A gente precisa ter uma grande pactuação entre o governo federal, entre os governadores e os prefeitos. Todos morrerão juntos se a reforma da Previdência a nível nacional não for aprovada. Essa é a agenda que deve nos nortear desde já e pelos próximos seis meses. O Brasil não pode esperar", disse ainda.

João Doria também afirmou que a aprovação da reforma é uma das prioridades do governo de São Paulo. "Entendemos que é fundamental já no início do processo legislativo que o Congresso possa deliberar e votar. A bancada de São Paulo [do PSDB] e a base aliada já está orientada fortemente a votar a favor da reforma", disse.

Reeleição na Câmara

Rodrigo Maia comentou a declaração de Jair Bolsonaro de que não dará apoio pessoal para sua reeleição na Câmara, mas acompanhará o apoio anunciado pelo seu partido, o PSL.

"Ele me disse várias vezes que o presidente da República não participaria do processo na Câmara. A Constituição diz que os poderes são harmônicos e independentes. A posição do presidente está corretíssima em não influenciar, não decidir e não participar. A presidente Dilma participou e perdeu uma eleição", afirmou Maia.

O deputado negou que tenha vindo a São Paulo para buscar apoio de João Doria na eleição. O governador, no entanto, disse que apoia pessoalmente sua candidatura. "A orientação para a bancada deve ser do partido. O presidente é Geraldo Alckmin. Mas eu, como governador, manifesto claramente a minha posição favorável à recondução de Rodrigo Maia na reeleição para presidente da Câmara”, disse.

Ele acrescentou que “majoritariamente a bancada federal do PSDB, tanto de São Paulo, quanto de outros estados, irá votar em Rodrigo Maia".

Ao ser questionado, Rodrigo Maia confirmou que deve se encontrar em São Paulo com Gilberto Kassab, que é presidente do PSD. E também que deve procurar Geraldo Alckmin nos próximos dias para tratar da reeleição.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias