\n \n Duas instituições\n apontadas pela Polícia Federal como de fachada pela Operação Esopo - que apura\n desvio de dinheiro do Ministério do Trabalho - receberam R$ 7 milhões dos ministérios\n da Ciência e Tecnologia e do Turismo.
As investigações indicam que o Instituto\n Sul-Americano de Cidadania e Sustentabilidade e a empresa LMV Produções e\n Eventos, ambas do Estado de Minas Gerais, são "filhotes" do Instituto\n Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC) para a prática de fraudes. \n \n Segundo a PF, a\n entidade pode ter desviado R$ 400 milhões do Trabalho. "Não bastassem as\n irregularidades praticadas pelo IMDC, ele tornou-se verdadeiro disseminador do\n modus de operar fraudes na contratação e execução de projetos públicos",\n diz o relatório da PF, ao qual o Estado teve acesso. E o texto prossegue:\n "Antigos e atuais funcionários aprendem o funcionamento deste nefasto\n mecanismo, estabelecem os contatos com potenciais colaboradores, desligam-se do\n IMDC e abrem sua própria Oscip".\n \n O Instituto Sul\n Americano (ISDES) está registrado em nome de Andrea Magnavaca e Geraldine de\n Lima Revoredo, ex-funcionários do IMDC. A LMV é de Cristiano Lissaraca de\n Lacerda. A empresa dele, segundo a PF, fornece notas frias para as empresas dos\n investigados, além de servir de laranja para contratos com órgãos públicos. \n \n Convênios\n \n De 2008 a 2010, o\n Instituto Sul Americano recebeu do Turismo R$ 5,1 milhões por convênios para\n qualificar profissionais. Com a Ciência e Tecnologia os contratos somaram R$ 2\n milhões em 2010. \n \n Em 2011, a pedido\n da presidente Dilma Rousseff, a Controladoria-Geral da União fez uma auditoria\n nos contratos do Ministério do Turismo, depois de a PF apontar desvio de\n recursos na pasta. Na época, o Instituto Sul Americano tinha ali dois\n convênios, no valor de R$ 4,1 milhões. A CGU identificou sobrepreço de R$ 1,5\n milhão - 37,4% a mais. \n \n A entidade foi\n investigada na auditoria porque a Câmara de Vereadores de Contagem (MG)\n informou à CGU que não conseguia localizar o instituto, que não repassava\n informações aos vereadores para controle. \n \n Procurado, o\n Ministério do Trabalho não informou se tem convênio com o Instituto Sul\n Americano. O Ministério da Ciência e Tecnologia disse que não haveria tempo de\n apurar as informações sobre convênio ontem. O Turismo informou que os convênios\n com o instituto foram firmados em 2008 e 2009. \n \n Ontem, o Ministério\n do Trabalho anunciou que um mutirão fará uma auditoria em todos os convênios\n com a pasta. "As prioridades serão os convênios alvos de investigação pela\n Polícia Federal e aqueles sob análise dos órgãos de auditoria (TCU, CGU e\n MPU)." \n \n O Estado não\n conseguiu contato com representantes das duas instituições. O site do Instituto\n Sul Americano estava ontem "em reparo". A LMV não foi encontrada.\n \n Outras pastas\n \n O IMDC firmou\n também convênios de R$ 9 milhões com outras quatro pastas: Ciência e\n Tecnologia, Turismo, Cultura e Desenvolvimento Agrário. Segundo a Polícia\n Federal, a entidade funcionava como uma central de fraudes em parcerias com\n governos. O Turismo informou que, diante das irregularidades, está tentando\n receber de volta seus recursos - cerca de R$ 3,7 milhões.\n \n \n