O Globo/LD
ImprimirO ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu nesta terça-feira que não há votos para aprovar a reforma da Previdência em fevereiro, mas que o governo vai insistir na votação ainda neste mês. São necessários 308 votos para aprovação da proposta na Câmara.
— Não conseguimos sensibilizar o número de deputados dispostos a fazer o necessário — afirmou Marun, em café da manhã promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).
Nesta segunda-feira, Marun tinha afirmado que aprovar a proposta “não é uma missão impossível” e voltou a dizer que o governo ainda precisa de 40 votos favoráveis à proposta.
Segundo Marun, há políticos que "falam mal da reforma de dia e à noite rezam para que seja aprovada". Ele deu como exemplo os déficits na Previdência de estados governados por petistas como Piauí (R$ 1 bilhão) e Minas (R$ 16 bilhões).
Marun disse que é preciso que os setores da sociedade que apoiam a reforma "entrem em campo". Segundo ele, há um "silêncio preocupante" diante de decisões do Judiciário e que setores que defendem o estado de direito precisam se manifestar.
— A OAB joga para a torcida e não se posiciona — criticou.
Marun também criticou decisões judiciais, disse que há interpretação criativa das leis e, referindo-se à nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho. Ele reafirmou que o governo "não vai vacilar na defesa de suas prerrogativas".
Para Marun, há falta de credibilidade da política hoje, mas também no Judiciário. Deu como exemplo o fato do ex-presidente Lula estar condenado e aparecer em primeiro lugar nas pesquisas de opinião para presidente da República.
Marun descartou a ideia de o governo federal assumir a questão da segurança pública.
— Fica com os estados, e não temos previsão de mudar isso.