Preso no Complexo Penitenciário da Papuda após ser condenado\n no processo do mensalão, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) pediu\n autorização à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP) para sair do\n presídio durante o dia para trabalhar na Câmara dos Deputados como parlamentar.\n \n \n O pedido foi protocolado na quarta-feira (5), e o juiz\n substituto da VEP Bruno Ribeiro enviou o documento nesta quinta-feira (6) ao\n Ministério Público para que se manifeste. Só depois disso, o magistrado tomará\n uma decisão.\n \n Condenado a 9 anos e 4 meses por peculato, lavagem de dinheiro\n e corrupção passiva em regime fechado, João Paulo Cunha cumprirá inicialmente a\n pena de 6 anos e 4 meses no semiaberto, que dá direito a autorização para\n trabalho externo durante o dia, porque tem recurso pendente em relação à pena\n de lavagem, cuja punição é de três anos.\n \n Ele se entregou na terça-feira (4) após o mandado de prisão\n ser expedido por ordem do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim\n Barbosa.\n \n Segundo o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o\n parlamentar, o documento apresentado à VEP pleiteia ainda autorização de saídas\n para estudo - João Paulo Cunha quer retomar o 4º ano do curso de direito na\n universidade Unip, em Brasília.\n \n Os outros três deputados federais condenados no processo do\n mensalão renunciaram a seus cargos. João Paulo é o segundo deputado federal\n preso, mas o primeiro que está no regime semiaberto e poderia obter autorização\n para trabalho externo. Condenado a 13 anos de prisão, Natan Donadon não perdeu\n seu mandato e está afastado do cargo, mas a situação é diferente porque ele\n cumpre pena em regime fechado e não pode deixar o presídio.\n \n Na semana que vem, a Câmara decidirá se suspende o salário,\n as verbas de gabinete, o apartamento funcional e outros benefícios do deputado\n João Paulo Cunha. Há previsão também de definição sobre abertura ou não de\n processo contra o petista por quebra de decoro parlamentar.\n \n \n