Um dos principais investigados no\n procedimento sigiloso do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime\n Organizado), Ronan Edson Feitosa de Lima foi nomeado para cargo comissionado na\n vice-prefeitura de Campo Grande mesmo respondendo a processo criminal por\n estelionato. Ronan responde ao processo na 4ª Vara Criminal de Campo Grande\n desde 24 de maio de 2011.\n \n Ronan Feitosa foi nomeado por Alcides Bernal (PP), no dia 28 de janeiro\n de 2013, para exercer o cargo de assessor especial III DCA-3 na Secretaria\n Municipal de Governo e Relações Institucionais, com salário de R$ 5.960,80. E\n permaneceu no cargo mesmo depois de 3 de setembro do ano passado, quando foi\n promulgada emenda à Lei Orgânica de Campo Grande que exige certidões negativas\n cíveis e criminais para nomeação em cargos públicos comissionados.\n \n A partir dessa nova lei, aprovada pela Câmara\n de Campo Grande no dia 29 de agosto com assinatura de 19 vereadores, fica\n vedada a admissão e nomeação para cargo, função ou emprego público de pessoas\n que incidam nas hipóteses de inelegibilidade previstas na legislação federal.\n Já os servidores em exercício ocupantes de cargo em comissão deveriam\n apresentar as certidões em prazo de noventa dias, a contar da publicação da\n lei.\n \n Indiciado pelo crime de estelionato pelo\n delegado Jairo Carlos Mendes, da 5ª Delegacia de Polícia, o ex-assessor Ronan\n Feitosa é acusado de ter dado um golpe em Valdir de Souza Vieira, dono da VSV\n Construtora. “Ele trabalhava para essa construtora. O dono teve de viajar e\n deixou com o Ronan cheques e cartões. Aí o Ronan trocou os cheques com agiotas,\n não pagou os funcionários e ainda sacou dinheiro do empresário e se mandou”,\n informou o delegado.\n \n No Tribunal de Justiça do Estado, o processo\n de estelionato a que Ronan Edson Feitosa responde tem o número\n 0029428-34.2011.8.12.0001. Já o Inquérito Policial na 5ª DP tem o número\n 131/2011. Segundo o delegado Jairo Mendes, "só falta a cota para Ronan ser\n preso".\n \n Alvo do Gaeco\n \n Agora, Feitosa é alvo de mais uma\n investigação, comandada pelo promotor de Justiça Marcos Alex Vera, do Gaeco. Na\n última sexta-feira (11), o Gaeco cumpriu quatro mandados de busca e apreensão\n domiciliar em Campo Grande, dentre os quais na residência do prefeito Gilmar Olarte (PP), onde foram\n apreendidos documentos, e um de prisão temporária em São Paulo (SP), todos por\n determinação do desembargador Ruy Celso Florense, da Turma Criminal do Tribunal\n de Justiça do Estado.\n \n A prisão em São Paulo foi justamente a de\n Ronan Feitosa que tinha relacionamento religioso com o atual prefeito da\n Capital, Gilmar Olarte. Em nota\n divulgada na imprensa, no sábado (12), Olarte revelou que Ronannbsp;foi\n expulso de sua igreja no final do ano passado. “Esse ex-assessor, por decisão\n do Ministério Assembleia de Deus Nova Aliança, do qual o prefeito é presidente\n de honra, em dezembro do ano passado, foi excluído por sua conduta incompatível\n com os padrões e princípios éticos da instituição”, afirmou Gilmar na nota.\n \n Assessores do ex-prefeito Alcides Bernal garantem que ele só\n contratou Ronan Feitosa a pedido do atual prefeito, que na época era\n vice-prefeito e tinha uma cota de funcionários à sua disposição. Bernal, porém,\n manteve Feitosa no cargo, mesmo depois de Olarte expulsá-lo da igreja, já que\n ele foi exonerado só no dia 17 de março, pelas mãos do vice que tomou o lugar\n do prefeito cassado cinco dias antes.\n \n \n