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ImprimirO ministro Jorge Mussi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), arquivou um pedido do PT para que a Polícia Federal fizesse a segurança de Manuela D'Ávila (PCdoB), candidata a vice-presidente da República na chapa de Fernando Haddad.
O pedido foi apresentado à Justiça Eleitoral na última segunda (24). O PT argumentou que Manuela D'Ávila passou a receber ameaças nas redes sociais após usuários difundirem mensagens vinculando a candidata ao atentado a Jair Bolsonaro (PSL).
No último dia 6, Bolsonaro levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). O candidato está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Responsável pelas investigações sobre o caso, o delegado Rodrigo Morais já afirmou à TV Globo que todas as informações e dados colhidos até o momento sustentam que o agressor Adélio Bispo de Oliveira não teve ajuda para executar o crime.
Decisão do ministro
Ao analisar o caso, o ministro Jorge Mussi considerou inviável atender ao pedido do PT porque, na opinião dele, "compete ao Ministério da Justiça viabilizar a segurança dos candidatos à Presidência".
O PT havia pedido também a suspensão imediata do conteúdo falso disseminado nas redes sociais e que a Polícia Federal fosse oficiada sobre o caso e reforçasse a segurança de Manuela D'Ávila.
Sobre a suspensão do conteúdo, o ministro do TSE afirmou que o pedido foi feito de "modo impreciso", acrescentando que a questão tem sido tratada por outros juízes no tribunal. Ele também determinou que uma cópia do pedido seja encaminhada ao Ministério da Justiça e ao MPF.
O que diz a PF
Procurada na última segunda-feira (24), a Polícia Federal informou ter sido consultada informalmente pelo PT sobre a possibilidade de fazer a segurança de Manuela D'Ávila, mas respondeu à legenda que somente o candidato a presidente tem direito à segurança durante o período eleitoral.
De acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a equipe de policiais federais que faz a segurança dos candidatos passará de 21 agentes para 25.
Argumentos do PT
No pedido ao TSE, a coligação do PT argumentava entre outros pontos que, nas redes sociais, se tornou "viral" a mensagem vinculando Manuela D'Ávila a Adélio Bispo de Oliveira, que disse ser o responsável pela facada em Bolsonaro.
A coligação ressaltava, em seguida, que o ataque a Jair Bolsonaro gerou "enorme comoção" nos apoiadores do candidato e "muitos deles, revoltados", passaram a compartilhar conteúdo falso na internet.
"Esta cólera generalizada, que se alimenta de informações inverídicas como a relatada, é terreno fértil para os ditos 'justiceiros' que pretendem vingar seu 'mártir' fazendo justiça com as próprias mãos", argumentava.
Diante disso, a coligação reforçou que as publicações vinculando Manuela ao atentado chegaram a milhares de pessoas e, com isso, geraram sentimento de "vingança" contra a candidata a vice-presidente.