G1/LD
ImprimirO Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou, mais uma vez, o ex-governador do Sérgio Cabral (MDB) e o presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (MDB). Eles são acusados de lavar dinheiro de propina através da compra e venda de cabeças de gado, como mostrou a GloboNews com exclusividade nesta terça (15).
De acordo com o MP, Cabral recebeu propina de R$ 1 milhão da Carioca Engenharia entre 2007 e 2014. O dinheiro teria gerado operações superfaturadas de compra e venda de gado, criados pela família de Picciani. Eles foram denunciados por improbidade administrativa.
Cabral está preso desde novembro de 2016 e sua pena chega a 198 anos e seis meses. Picciani foi preso um ano depois na operação Cadeia Velha.
Além da condenação, o MP também pediu a indisponibilidade dos bens dos denunciados no valor total de R$ 13 milhões. Esse bloqueio deve ser feito de forma individualizada nas contas bancárias dos acusados e também poderão tornar indisponíveis os bens móveis e imóveis deles.
O esquema envolveu a lavagem da propina paga a Sérgio Cabral através da compra e venda de 160 cabeças de gado. Segundo os promotores, em troca da propina, Cabral teria beneficiado a Carioca Engenharia em contratos para obras.
Além de Cabral e Picciani, o MP também pediu a condenação de José Augusto Ferreira dos Santos, apontado como operador financeiro de Picciani e da Agrobilara.
Os esquemas envolviam licitação, contratação e execução, inclusive em regime de consórcio com outras empresas, de obras custeadas com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Dentre eles:
urbanização da favela da Rocinha
construção do Arco Metropolitano
construção da linha 4 do metrô, que já é alvo de uma ação penal
Também foram detectadas fraudes à licitação em dois conjuntos de obras executadas pelo governo do estado: a do estádio do Maracanã para a Copa de 2014 e as do Programa de Urbanização e Regularização Fundiária chamado PAC das Favelas.