G1/LD
ImprimirA presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, defendeu nesta terça-feira (18) a confiabilidade das urnas eletrônicas e disse que eventual crítica direcionada aos equipamentos pode ser "desconectada da realidade". A magistrada, que também integra o Supremo Tribunal Federal (STF), deu a declaração antes de participar nesta terça da sessão da Primeira Turma.
No último domingo (16), em transmissão ao vivo pelas redes sociais a partir do hospital onde está internado em São Paulo, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou que a possilidade de perder a eleição "na fraude" para o candidato do PT, Fernando Haddad, é "concreta". "O PT descobriu o caminho para o poder, o voto eletrônico", declarou o presidenciável.
"Temos 22 anos de utilização de urnas eletrônicas. Não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres para expressar a própria opinião, mas quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados da realidade. Para mim, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, as urnas são absolutamente confiáveis", enfatizou Rosa Weber.
Nesta segunda (17), o novo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, já havia contestado críticas às urnas. Toffoli afirmou que Bolsonaro, líder nas pesquisas de intenção de voto, "sempre foi eleito" por meio desse equipamento.
Toffoli chegou a perguntar aos jornalistas que o entrevistavam quem considerava a possibilidade de fraude na urna. Ninguém se manifestou.
"Quem aqui acredita que a eleição, que a urna eletrônica, pode ser fraudada levante a mão", pediu o ministro. Ninguém se manifestou. "100% acreditam que não pode ser fraudada. Tem gente que acredita em Saci Pererê", ironizou.
Ao comentar nesta terça as declarações de Bolsonaro sobre a segurança das urnas eletrônicas, Rosa Weber disse que é importante destacar que é possível realizar auditagem do sistema eleitoral.
"Nós abrimos para possibilidade de auditagem de maneira geral. [...] O mais importante é dizer para população que são auditáveis. Nas últimas eleições presidenciais, houve uma desconfiança, o partido que, no caso não saiu vencedor, expressou, requereu, e o TSE abriu todos os dados e depois de um ano se constatou que de fato não havia nada. Elas são auditáveis", frisou a presidente do TSE.
Segundo a ministra, o tribunal eleitoral realiza um trabalho com o setor de comunicação para "relembrar esses dados todos" sobre a confiabilidade da urna e "explicar para população" que elas são auditáveis.