Correio do Estado/LD
ImprimirA senadora Soraya Thronicke não tem mais plano de trocar o União Brasil por outro partido em decorrência de insatisfações, como chegou a ser cogitado em maio, quando a legenda enfrentou uma crise partidária em Mato Grosso do Sul e em outras unidades da Federação.
Em conversa com o Correio do Estado, a parlamentar sul-mato-grossense revelou que chegou a ser procurada por vários partidos quando saíram as primeiras informações de que estaria disposta a deixar o União Brasil.
“Fui procurada por vários partidos, principalmente após a campanha à Presidência da República, mas permaneço no União Brasil”, assegurou Soraya Thronicke.
No entanto, ela disse que está sempre “aberta ao diálogo, inclusive dentro do próprio partido, sempre buscando o alinhamento com as bandeiras que defendo”.
Para a senadora, a política é dinâmica, mas ela não abre mão de sua independência. “Não abro mão da independência dos meus posicionamentos, de acordo com o que acredito ser o certo, e isso sempre tive dentro do União Brasil até agora”, pontuou.
Soraya Thronicke declarou que não entende essa insistência de ficarem perguntando se ela sai ou não da legenda. “Eu continuo filiada ao União Brasil e ponto. Não entendo essa insistência nesse assunto”, ponderou.
CPMI
Além disso, a senadora é a única representante de Mato Grosso do Sul na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, para investigar os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), no início deste ano, sendo indicada pelo União Brasil para participar, derrubando por terra uma provável saída.
Sobre a CPMI, Soraya Thronicke disse ao Correio do Estado que sua principal expectativa é descobrir quem está por trás dos ataques praticados contra o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
“Com a instauração da CPMI para investigar os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, minha expectativa é de que a gente consiga fazer uma investigação com seriedade e descobrir a verdade por trás dos ataques aos Três Poderes, que colocaram em risco a nossa democracia”, reforçou a senadora sul-mato-grossense.
Ela completou que o objetivo da CPMI do 8 de Janeiro é descobrir, principalmente, quem são os autores intelectuais, os mandantes e os financiadores de “tamanha barbárie no Brasil”.
“Quem se aproveitou da ingenuidade de tantos brasileiros, que hoje pagam pelas ações criminosas que cometeram em nome de farsantes. ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’ – João, 8:32”, declarou a parlamentar, citando uma passagem da Bíblia Sagrada.
PODEMOS
No mês passado, conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, a saída da parlamentar já estaria certa, inclusive, a cúpula nacional do União Brasil, formada por Luciano Bivar, Antônio de Rueda e Antônio Carlos Magalhães Neto, teria conhecimento dos planos da senadora sul-mato-grossense de deixar o partido para assumir o comando do Podemos em Mato Grosso do Sul no lugar de Sérgio Murilo, que atualmente comanda a legenda no Estado.
Porém, tudo não passou de especulação, pois a parlamentar não pretende deixar o União Brasil tão cedo. Além disso, caso realmente saísse, ela teria problemas com Sérgio Murilo, que não estaria disposto a deixar o comando do Podemos, partido que ajudou a reconstruir em Mato Grosso do Sul.
Além disso, Soraya Thronicke teria ainda de lidar com o único deputado estadual da legenda no Estado, Rinaldo Modesto, irmão da superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste, ex-deputada federal Rose Modesto, de quem a parlamentar não está muito próxima desde o início deste ano.