\n \n A Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco)\n está desenvolvendo projeto que pretende reintroduzir o plantio da erva-mate nos\n municípios localizados na fronteira com o Paraguai. Além de criar condições\n para geração de renda a assentados e a pequenos agricultores, a ideia é\n resgatar o valor cultural do produto, matéria-prima da mais apreciada e\n tradicional bebida do sul-mato-grossense, o tereré. \n \n O projeto tem o apoio político do senador Waldemir Moka (PMDB),\n que é originário da fronteira e que cultiva muitos hábitos da região. Moka diz\n que a proposta da Sudeco o entusiasmou não apenas pelos aspectos\n socioeconômicos, mas também pelo resgate cultural e pela utilização correta do\n solo. “A erva-mate é um produto identificado com a nossa terra, com a nossa\n cultura. E ainda cumpre a legislação ambiental sobre a manutenção de 20% da\n reserva legal da área explorada”, avalia. \n \n Para Agnaldo Moraes da Silva, assessor de Planejamento e Avaliação\n da Sudeco, a produção no Estado é insuficiente para atender a demanda dos\n consumidores. “Boa parte da erva-mate consumida em Mato Grosso do Sul sai\n do Paraná. O Estado está perdendo uma grande fonte de recursos, pois a\n erva-mate é o ingrediente básico do tereré, muito apreciado pela população\n local”, observa. \n \n De acordo com Alexandre Bastos Peixoto, coordenador-geral de\n Programas da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração\n Nacional, o projeto pretende reunir empresas privadas e órgãos públicos, como a\n Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Serviço Nacional de Aprendizagem\n Rural (Senar), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) do\n Estado para atuar na assistência técnica nas áreas de produção. \n \n A proposta será desenvolvida, inicialmente, no Assentamento\n Itamarati, em Ponta Porã,\n um dos maiores do país, para ocupar a grande mão-de-obra ociosa de\n trabalhadores da localidade. A expectativa é que a produção de erva-mate\n alcance cerca de 3 mil famílias assentadas. Estimativa preliminar indica que\n cada hectare plantado gere renda de R$ 10 mil anuais. \n \n O objetivo é que a produção da erva-mate tenha cadeia produtiva\n própria, semelhante à da carne suína e à de frango. “Queremos envolver as\n empresas, que vão financiar o plantio e depois comprar a produção, como ocorre\n em outras cadeias”, completa. \n \n Além de Ponta Porã, a produção deverá ser incentivada nos\n municípios de Antônio João, Amambai, Laguna Carapã, Tacuru e Iguatemi. “Com o\n andamento do projeto mais cidades poderão ser incluídas”, afirma Moka. \n \n A ideia será apresentada no próximo dia 19, às 14 horas, no Centro\n de Convenções de Ponta Porã. Além de Moka e do superintendente da Sudeco,\n Marcelo Dourado, está prevista a participação de prefeitos das cidades da\n região, representantes de órgãos públicos e de entiddes empresariais,\n comerciais e dos produtores rurais. \n \n \n \n \n