Sexta-Feira, 22 de Novembro de 2024
Política
21/05/2017 09:16:00
Renan enfim se posiciona: "Precisamos superar a crise rapidamente"

UOL/PCS

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Foto: Jonas Pereira

Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, rompeu o silêncio sobre a crise política no país ao postar, na noite deste sábado (20), um texto em sua página no Facebook. O parlamentar alagoano classificou o cenário atual como "pedagógico", ao comentar os efeitos devastadores das delações dos executivos da JBS em relação ao governo do presidente Michel Temer (PMDB), e disse que as dificuldades atuais não podem "comprometer os esforços para superar nossos problemas".

"O erro dos governos recentes --e por isso se desgastaram rapidamente-- foi não ter exercido protagonismo na solução de saídas para o grave impasse que imobiliza e ameaça o país há 3 anos. Precisamos superar essa crise rapidamente em nome da esperança e do futuro."

"As crises (a atual é política e muito grave) são pedagógicas. Elas forçam o engenho na busca de alternativas para que a nação não purgue pelos pecados de seus dirigentes. Mas ela não pode --e não irá-- comprometer os esforços para superar nossos problemas."

No texto, Renan não deixa claro se defende a permanência ou o impeachment de Temer, que passou a ser investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) desde que foi citado em denúncias de corrupção, divulgadas na quarta-feira (17), contidas na delação de Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS.

Os acordos de colaboração da JBS incluem o próprio Renan na lista de políticos que, direta ou indiretamente, teriam obtido vantagens ilícitas. Na delação, o executivo da JBS Ricardo Saud --conhecido como o "homem da mala", pelo protagonismo na articulação do pagamento de propinas-- diz ter comprado o apoio do líder do PMDB no Senado e de outros nomes importantes do partido no Congresso. O dinheiro teria sido destinado aos parlamentares por meio de doações eleitorais.

Segundo Saud, o pagamento de vantagens à cúpula do PMDB era uma estratégia para fortalecer a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014. Na ocasião, o principal adversário dela na disputa, o senador Aécio Neves (PSDB) --também mencionado na delação como beneficiário de propina-- crescia nas pesquisas e apresentava "chances reais" de ganhar o pleito presidencial, de acordo com o delator.

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